VVVVVV>&&&&&%gt;gt;>>>>>>>>>>>>>>>>>"Ver e ouvir são sentidos nobres; aristocracia é nunca tocar."

&&&&&&>>>>>>>>>"A memória guardará o que valer a pena: ela nos conhece bem e não perde o que merece ser salvo."


%%%%%%%%%%%%%%"Escrevo tudo o que o meu inconsciente exala
e clama; penso depois para justificar o que foi escrito"


&&&&&&&&&&&&&&;>>gt;>>>>>>>
"
A fotografia não é o que você vê, é o que você carrega dentro si."


&
;>&&&&&>>>>>>>>>>>>>>>>&gt
"Resolvi não exigir dos outros senão o mínimo: é uma forma de paz..."

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"Aqui ergo um faustoso monumento ao meu tédio"


&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"A inveja morde, mas não come."


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Espécies de Orquídeas em Extinção - Parte I


Locais intocados e quase inacessíveis como o magnífico
 Conjunto Marumbi na Serra do Mar do Paraná, são cada
 vez mais raros; ao vivo e de perto, a beleza destas
 montanhas sem igual emociona e faz até chorar.
Talvez Deus ainda descanse ali !


Nas duas fotos acima:

A beleza intocada do Pico Paraná
- colosso de granito e gnaisse -
 1.877,39 m altitude.

Ponto culminante 
do Sul do Brasil.


Os 1.100m de monolítica altitude da enigmática e
 soberba Pedra Riscada em S. José do Divino - MG.


Pedra do Itabira
Cachoeiro do Itapemirim - ES
 Cravejada de vida !


O ambiente é a alma das coisas.

 Cada coisa viva tem expressão própria,
e essa expressão vem-lhe de fora.

Cada coisa viva é a intersecção de linhas,
e essas três linhas formam esta coisa:

uma quantidade de matéria;
o modo como a interpretamos;
e o ambiente onde está.




"Eu tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são de fato mamíferos. Todo mamífero neste planeta desenvolve instintivamente um equilíbrio natural com o ambiente em que vive, exceto os humanos. Vocês se mudam para um local e se multiplicam e multiplicam até que todos os recursos naturais sejam consumidos e a única maneira de sobreviver seja se espalhar para outra área. Existe outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe qual é? Os vírus. Os seres humanos são uma doença, um câncer para este planeta."

 do filme Matrix




"O espírito humano necessita de lugares onde 
a natureza  ainda não  tenha sido muito 
modificada pela mão do homem.".


Orquídeas também necessitam
destes mesmos lugares !






Mesmo onde aparentemente o ambiente ainda se mostra intacto, se houver trilhas,  possivelmente já deverá ter acontecido a coleta seletiva das espécies mais interessantes. Orquidários comerciais  possuem equipes de coletas terceirizadas, geralmente pessoas bem simples em caminhonetes antigas - catadores ou mateiros,  recolhendo o que está ao alcance.




Essas equipes de coletores de plantas silvestres viajam às vezes em longas excursões, revendem o saque para os compradores contumazes, a maior parte das plantas morre fora do seu ambiente natural, e assim se vai acabando a riqueza botânica do país.  Até as Gomesas de Curitiba, antes desprezadas, estão sendo sistematicamente coletadas por orquidófilos iniciantes. Acompanhei por oito anos um Oncidium paranaensis, planta de flores pequenas e pouco vistosas, que medrava num parque urbano próximo de minha casa, ficava num pé de tarumã pouco acima do alcance das mãos, recentemente foi também coletado.



"A maior parte das espécies de orquídeas brasileiras, especialmente as vistosas ou raras, estão sendo sistematicamente coletadas  por profissionais, ou por amadores tolos,  já há muitas décadas. Essas espécies requerem clima e cultivo específicos, muitas vezes incomuns , razão pela qual são raras na natureza e também em coleções. Exemplares oriundos dos habitats naturais logo fenecem, necessitam de condições ambientais difíceis de serem reproduzidas. 


 
 
Os orquidófilos com coleções mais estruturadas dispensam as plantas comuns, manter uma boa coleção de orquídeas é uma iniciativa cara em infra-estrutura, não é lógico erguer um viveiro caro e abrigar nele um acervo banal, todavia para as pessoas sem recursos, qualquer orquídea é sempre mais uma na coleção. O problema que envolve a extinção de espécie raras ou de distribuição restrita é de ganância comercial, de fiscalização governamental e de falta de poder aquisitivo popular.




Mostram-se muito mais colaborativas ao cultivo em condições médias, aquelas espécies de orquídeas silvestres provenientes de sementeiras de laboratório. Estas precisam tornar-se aclimatadas desde a germinação in vitro, as que sobrevivem adptam-se aos parâmetros ambientais medianos do cultivo-padrão ( conhecidos como condições de Cattleya ) e não requerem tão fortemente  as condições do habitat natural - domesticam-se por assim dizer. Todavia cabe resaltar que as verdadeiras e maiores demandas por condições ambientais específicas surgem aos cinco ano de idade dos seedlings, parece que são provocadas por substâncias proveneientes de síntese radicular.


 



Quando as jovens plantas ficam próxima  a florir pela primeira vez, marcando o primeiro estágio de maturidade, o sistema radicular já está maior e bioquimicamente mais ativo,  passando então a interferir mais na fisiologia destas plantas. Não é muito raro um lote de sementeira ser perdido nessa fase devido à paralisia de crescimento, caso o clima reinante na estufa não apresente as características demandadas pela espécie. Até este estágio ou idade, crescem bem, lado a lado, seedlings de espécies de lugares frios e quentes.     






Caso o lote consiga passar dessa fase  de crescimento, superando  o surgimento da limitação climática e adptando-se ao que chamamos de  " condições de Cattleya ", teremos avançado um passo para o processo de domesticação destas espécies de difícil cultivo. Quando mais gerações passarem por este processo de reprodução e crescimento em orquidários, cada vez mais será melhor a sua adaptação às ditas " condições de Cattleya. Esta técnica artificial de propagação criou um interessante paradoxo ambiental: espécies raríssimas na natureza, até mesmo extintas, estão à venda em grandes lotes, a preços módicos, em  orquidários, e já mostram-se banais nas coleções privadas, mesmo nas dos orquidófilos iniciantes.


Essas espécies atrativas ou raras estão inexoravelmente fadadas a desaparacer da natureza, ou então irão sobreviver em locais restritos e inacessíveis, como já ocorre com a Laelia lobata. Mesmos nas unidades de preservação públicas não estarão a salvo.

 
Onde estiverem à vista , ou à mão, serão fatalmente coletadas, talvez até mesmo por aqueles que são pagos para resguardá-las, fato tão comum entre os brasileiros pobres e espertos. Com o tempo e a raridade crescente, até as menores e verdolengas espécies botânicas terão o mesmo destino, somente as visualmente muito desprezíveis, de fato, sobreviverão sem o auxílio das sementeiras artificiais.



Os desprotegidos ambientes naturais recebem cada vez mais a carga da valorização imobiliária, sendo alvo de empreendimentos agro-pecuários e turísticos, ou mesmo recebendo populações periféricas, as quais não resta outra opção de moradia a não ser os locais ermos ou perigosos e por isso preservados. Ao serem abertas  as primeiras trilhas de acesso, em seguida começa a coleta dos exemplares das espécies mais vistosas ou procuradas.




 
Trata-se de uma  histórica e arraigada tradição brasileira esta a de espoliar a natureza no que for possível, mesmo que seja só  para exibir momentaneamente a curiosidade encontrada e por fora em seguida. Coletam o que desperta a atenção, o vistoso ou o inusitado sempre induzem à coleta.  Uma sensação de que finalmente o brasileiro-padrão localizou aquele mítico tesouro que sempre almejou encontra na exuberância da natureza nacional. Assim sendo, qualquer espécie animal ou vegetal  com algum valor intrínseco, dificilmente estará a salvo da atenção e da mãos humanas. É só uma questão de tempo ! " 


  Esta é a nossa percepção sobre o tema.


 


Revista Veja:

Mario de Pinna - professor titular do Museu de
 Zoologia da Universidade de São Paulo 
responde sobre evolução.

Click e assista neste link uma interessantes sequência de vídeos de perguntas sobre a evolução das espécies, e entenda como surgem lentamente as diferentes espécies animais e vegetais.

 

Não deixe de ler:

Dr. Drauzio Varella entrevista o eminente zoólogo Paulo Vanzolini sobre as razões
 ecológicas da  grande diversidade de espécies no Brasil. A Teoria dos Refúgios,
 por ele estruturada, é muito importante para demonstrar as razões de 
existirem orquídeas muito raras e de habitat às vezes reduzidíssimo.


Drauzio - Qual a razão para a grande diversidade biológica existente no Brasil?

Paulo Vanzolini - É a sucessão de climas extremados. Quando o clima torna-se muito seco, a mata vai embora, mas restam refúgios de mata, cada um servindo de habitat para uma espécie. Quando o tempo se torna muito úmido, formam-se refúgios de cerrado ou de caatinga e o resultado é o surgimento de espécies diferentes. Esse jogo do clima indo e voltando e da vegetação acompanhando o clima é a origem dessa biodiversidade espantosa que existe.

Drauzio – A variação do clima provoca a variação do habitat e as espécies que ficam restritas ao habitat reduzido se diferenciam e acabam formando novas espécies, estou certo?

Paulo Vanzolini – Certíssimo. As espécies de mata são criadas no tempo seco e, quando predomina o tempo úmido, é a vez das espécies do cerrado se diferenciarem. Suponha que, em determinado momento, a mata amazônica tenha crescido e se espalhado pelo Brasil Central inteiro. Em alguns lugares, porém, sobraram manchas de cerrado ou de caatinga. Do mesmo modo, quando o clima seco predomina, resta uma mancha de floresta. As espécies se diferenciam quando ocorre essa redução do espaço provocada por alterações no clima. Cada uma dessas formações aprisiona os animais e plantas em seu interior que seguem fiéis à sua ecologia. E, por ficarem presos e não se misturarem com outras espécies, eles se diferenciam no melhor estilo darwiniano.










O barulho dessas matas ardendo, os estalos dos troncos e das folhas ainda verdes sendo consumidos,  são de cortar o coração das pessoas que amam a natureza, se escuta ao longe os sons do incêndio carbonizando a vida. O típico caipira brasileiro fica culturalmente extasiado com grandioso espetáculo de ver paraíso virar pasto, desde o período colonial  executam essa prática  de colocar fogo nas matas nos períodos secos. Os motivos invariavelmente apresentados são : " espantar as cobras venenosas e matar os insetos, pastos para o gado se alimentar etc etc. ". A aversão ao mato é fortemente atávica: os prefeitos dos municípios paranaenses que rodeiam o Parque do Iguacu desejam por força reabrir uma antiga estrada que corta o magnífico parque para encurtar o acesso entre suas desimportantes cidades, foi preciso acionar o exército para dinamitar a malfadada  Estrada do Colono. No Rio de Janeiro, o governo estadual está criando um corpo militar específico para proteger os parques e reservas estaduais, antecipa-se lá a única forma de manter coletores , caçadores e incendiários fora desses locais de extrema importância para as futuras gerações e para a ciência.

Todos os anos retorna o mesmo cenário de destruição !


Não vai sobrar nada !
  Triste trópico.



O tradicional incêndio anual de inverno, sempre provocado por desocupados ou
 criminosos, consome a vegetação em Goiás.



Laelia sincorana epífita em canela-de-ema - Vellozia.


 
Os agrupamentos ou colônias de canelas-de-emas - Vellozias ssp.- são típicos dos ventosos topos das serras de altitude do interior de MG, ES e BA. Os exemplares carbonizados das fotos acima são da Serra do Rola-Moça em MG. Os troncos finos destes arbustos, cheios de reentrâncias e capazes de captar e se hidratarem com a  água da neblina, são os habitats de Laelias  jongheanas e sincoranas, entre muitas outras espécies menos vistosas. Vellozias são de crescimento centenário, no entanto basta um simples palito de fósforo para transformá-las em cinzas durante a seca de inverno.




L. jongheana - acima epífita em canela-de-ema - é, e sempre foi, raríssima em coleções, mas já pode ser adquirida em vários orquidários que as obtiveram de sementeira. Todavia continuam aparecendo grandes lotes de plantas silvestres desta espécie em orquidários comerciais de beira de estrada do PR e SC. Quando vi num destes pequenos estabelecimentos uma grande quantidade, mais de 100 plantas, de jongheanas arrancadas da natureza em  2007, fiquei estarrecido e convicto que não há solução e nem esperança, não há fiscalização nenhuma no país dos bugres, e além do que, o país é imenso. 



Basta um fósforo , um ventinho, um mês de Agosto seco e um brasileirinho sacana: eis a fórmula do inferno sobre a terra Quatro séculos de queimadas reduziram boa  parte do paraíso brasileiro a carvão.Todos os anos os parques nacionais brasileiros e outras áreas não protegidas do interior do país  se incendeiam na estação seca, não falha.




" Em poucas décadas perderemos muitas das mais interessantes espécies. Os anfíbios e as orquídeas geralmente requerem condições ecológicas especiais e estarão entre os
 primeiros a desaparecer em grande parte" 

Eugênio Izeckzohn

 Herpetologista do
 Museu Nacional.






 As espécies abaixo já constam na lista oficial de flora Orchidaceae ameaçada de extinção do ICBio - Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. São de coleta e comércio proibidos, em todo o mundo há restrições de tráfico e de manutenção em cultivo, salvo àquelas produzidas em criatórios comerciais licenciados:






LISTA VERMELHA DA FLORA BRASILEIRA
 EM EXTINÇÃO - 2008



Mostramos abaixo um resumo ilustrado sobre as espécies de orquídeas nativas ameaçadas mais famosas e  que apresentam  valor orquidófilo inequívoco. Algumas espécies, como as Cattleyas walkeriana e nobilior , dadas na lista oficial com a classificação de "sem informações", possuem uma área de dispersão tão gigantesca e difícil de avaliar em conjunto, que  resolvemos ignorá-las aqui. As demais espécies, sem maior valor orquidófilo, podem ser conhecidas no link acima. O documento em PDF é relativo a todas as famílias botânicas brasileiras, como as espécies estão dispostas em ordem alfabética por família botânica, deve-se procurar em "o", de Orchidaceae, nas das duas listas mostradas.



A lista está apresentada da seguinte forma: as espécies  consideradas em perigo mais recentemente estão dispostas primeiro, as classicamente em perigo no intermeio, e as por nós consideradas raras por último. É importante perceber que  existem espécies que sempre foram raras, de população formada por pequenas colônias descontínuas dentro de uma dispersão mais ou menos demarcada por coletas ocasionais. Outras espécies sempre foram de localização restrita em determinados ambientes, porém ali abundantes  e com populações regionais bem conhecidas no passado; outras ainda eram muito dispersas e também frequentes, porém hoje apresentam-se raras pela perda de habitat ou por coleta seletiva continuada.




Cattleya labiata - Lindl. - ( AL-PE-PB- SE-Ceará )
Em perigo (E)





Espécie originalmente muito bem distribuída pelas serras e brejos de altitude acima dos 800m de alguns estados nordestinos, era francamente encontrada. Planta de fácil cultivo, de grande qualidade técnica e harmonia floral, além de perfume encantador, foi classicamente tida com a melhor e a mais icônica das orquídeas. Com todas essas qualidades, foi ampla e seletivamente coletada por quase 80 anos, a população decresceu muito, desapareceu de vários locais onde era abundante. Seus melhores exemplares apareciam em Quebrângulo - AL e nos habitats pernambucanos, das serras cearenses vinham os de flores mais escuras e pior forma. Tal como ocorreu com a L. purpurata e com as Cattleyas intermedia e loddigesii, seus melhores clones foram comercialmente inter-cruzados, melhorados e por fim obtiveram cepas selecionadas com uma qualidade e conformação que as plantas da natureza nem de longe podem igualar.


Às vezes custa a acreditar que se tratem de labiatas puras e legítimas tal é o refinamento e beleza que estas novas cepas comerciais ostentam. Mesmo existindo lindos exemplares a preços módicos nos orquidários,  a coleta seletiva continua por parte de oportunistas e pessoas de menor padrão orquidófilo. Enquanto a natureza for pródiga o bolso permanecerá poupado! Assim se vai rumo a extinção na natureza uma das flores mais famosas do mundo.










Cattleya warnerii - T. Moore ex Warner - ( BA- MG-Espírito Santo )
Em perigo (E)






Dispersa principalmente pelas florestas capixabas de média e baixa altitude, tanto epífita como rupícola, adentrando no sul da Bahia e também na fronteira com Minas Gerais onde todavia sempre foi mais escassa. No passado medrava também no baixo curso do Rio Paraíba do Sul e nas fronteira do RJ com o ES, mas atualmente não é mais observada na sua antiga distribuição fluminense. A Cattleya warneri percorre a mesma sina de sua prima mais famosa, a  C. labiata, embora não apresente a mesma qualidade técnica geral, é também muito apreciada e coletada. Não tendo o mesmo espectro de atratividade comercial, seu melhoramento e sua oferta comercial ainda não se igualam aos resultados obtidos com C. labiata.

 
Com a fantástica destruição das matas do Espírito Santo, quase todas as orquídeas exclusivas daquela região, que são muitas, foram erradicadas junto com o habitat, sobrevivendo, quando muito, nas ilhas de vegetação restantes, longamente separadas umas das outras. O quadro de destruição e perda é sempre o mesmo, as próximas gerações de brasileiros, mais educados e de melhor condição de vida, irão abominar a inércia governamental em proteger com mais seriedade, talvez até com forças militares, as riquezas biológicas naturais do país. Assim como ocorre em Santa Catarina na área litorânea de distribuição de L. purpurata e C. intermedia e na região dos Campos Gerais do PR, faltam parques nacionais e estaduais de proteção à riquíssima Mata Atlântica no Espírito Santo.












Cattleya granulosa - Lindl. - ( ES - BA - AL -PE - PB - Rio Grande do Norte )
Em perigo (E)




 Cattleya granulosa - a forma típica nordestina floresce em outubro.

Esta vigorosa espécie produz exóticas flores, acredito que as maiores da seção das Cattleyas bifoliadas, também as plantas vegetativas não são pequenas. Medra nas florestas serranas e nas baixadas, inclusive restingas, de fachada atlântica, deste o Espírto Santo até o Rio Grande do Norte. A cor de suas flores varia fortemente: desde um verde total até um amarelo-ouro, com ou sem pintas. Quando foi inicialmente apresentada aos orquidófilos ingleses do Séc. XIX, tinha como suposta origem a Guatemala, mas logo o engano se desfez. Apresenta flores de beleza e porte impressionantes, a planta vegetativa é um tanto desajeitada, florida encanta e desperta paixão imediata.



Não forma populações contínuas e nem grandes colônias, aparece espaçadamente aqui e acolá, nunca foi abundante, mas sempre foi observada, devido ao tamanho da área de dispersão. Certamente deve ter tido suas populações dizimadas em função da implantação de balneários praianos nas restingas, nas áreas florestadas o desmatamento é notoriamente implacável e continua a consumir a vegetação nativa desprotegida. Como a espécie é vistosa também não escapa da coleta seletiva de orquidófilos e mateiros. 


Cattleya schoeffeldiana apresenta menor número de flores por haste, porém com maior tamanho e com seu labelo bem mais auricular - floresce em dezembro e é mais frequente no Espírito Santo. As flores são mais pintalgadas que a C. granulosa típica, as pétalas são mais compridas, estreitadas na base e notadamente dilatadas a partir da metade para o ápice destes segmentos florais. A flor mostra-se com uma armação geral curvada como que em direção ao chão. As flores das plantas capixabas sãoas maiores, o habitat é florestal e mais preponderantemente serrano, as pétalas são mais extensas e evidentes, o labelo possui um característico estreitamento, para em seguida formar um vistoso e  largo lóbulo projetado. Todavia são sempre muito variáveis, não existindo uma exatamente igual a outra.




 Exclusivamente encontrada no sul da Bahia e no Espírito Santo, estado campeão na destruição de suas orquídeas, alguns botânicos consideram esta população já bastante diferenciada da forma típica, ao ponto de ser hoje uma espécie independente. De fato são  ambas tão variáveis que a diferenciação morfológica torna-se complicada,  há muitos intermediários entre as formas descritas mais distintas . Atestam que no passado, início do Séc. XX, a população desta espécie capixaba era quase tão abundante como foi a C. warnerii, hoje encontra-se raríssima e  nem lembra a dispersão do passado.


 
Também nessa população botanicamente apartada variam as cores e a presença das pintas, mas a forma  geral é realmente algo diferente e portanto identificável, mas sempre existem os m exemplares confusos. Acredito que seja esta a população de schoeffeldianas seja a  mais ameaçada de extinção, tal como tantas outras espécies capixabas aqui comentadas e igualmente em vias de desaparecer da natureza. A C. granulosa nordestina também deve estar sob a pressão da coleta seletiva, e não a excluo de correr perigo em algumas áreas de distribuição, mas seu habitat é bem mais extenso e isso mitiga  uma possível extinção total na natureza.








Dungsia kautskyana - ( Pabst ) Chiron & V.P. Castro - ( Espírito Santo )
Em perigo (E)




Espécie de distribuição principalmente rupícola  nas serras do centro do Espírito Santo, ali é imensa a riqueza orquidológica, igualmente foi severa e rápida a destruição destas florestas regionais. Laelia ( Dungsiakautskyana é uma daquelas espécies de distinção principalmente botânica, difere da  muito mais conhecida e clássica L. harpophylla  por alguns detalhes: suas flores são de um cor-de-abóbora de tom mais amarelado, apresenta  menor comprimento do lóbulo mediano do labelo, que também é bem mais largo, além dos demais segmentos florais serem também mais largos e vistosos.

 
Acreditamos que seu verdadeiro status botânico estaria melhor acomodado numa sub-espécie. Este conceito seria extensivo a Laelia ( Dungsia ) brevicaulis, esta última, de acordo com alguns, já estaria até extinta e mereceria também constar nesta lista. A recentemente descoberta Dungsia marcaliana é indubitavelmente uma boa espécie, o que corrobora para  uma melhor aceitação das outras duas - kautskyanabrevicaulis -  como espécies válidas também. Perda de habitat e coleta seletiva andam juntas para varrer da existência estas joias de lindas flores  cor-de-abóbora, é conhecida de uma área de apenas 4 km2, estima-se que deva ocorrer em outros locais..











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