VVVVVV>&&&&&%gt;gt;>>>>>>>>>>>>>>>>>"Ver e ouvir são sentidos nobres; aristocracia é nunca tocar."

&&&&&&>>>>>>>>>"A memória guardará o que valer a pena: ela nos conhece bem e não perde o que merece ser salvo."


%%%%%%%%%%%%%%"Escrevo tudo o que o meu inconsciente exala
e clama; penso depois para justificar o que foi escrito"


&&&&&&&&&&&&&&;>>gt;>>>>>>>
"
A fotografia não é o que você vê, é o que você carrega dentro si."


&
;>&&&&&>>>>>>>>>>>>>>>>&gt
"Resolvi não exigir dos outros senão o mínimo: é uma forma de paz..."

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"Aqui ergo um faustoso monumento ao meu tédio"


&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"A inveja morde, mas não come."


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

As Ararinhas do Qatar & Cia - parte II


continuação da parte I....




A nidificação ocorre de julho a dezembro, em grandes árvores com ocos (principalmente em Sterculia apetala no Pantanal , e S. pruriens na Amazônia e em penhascos (no nordeste). Dois ovos são geralmente postos, mas apenas um filhote sobrevive.












Os grandes gaviões brasileiros: Harpia, Morphnus e Spizaetus; quando não estavam quase extintos - hoje são tão raros que não contam como predadores significativos - eram grandes caçadores de araras.

Harpia harpyja - Harpia ou Uirauçu.



Morphnus guianense - Falso Uirauçu

Morphnus e Harpia - um ao lado do outro - essas aves mudam muito de coloração 
de penugem até atingirem a maturidade; estes 4-5 padrões causam confusões de identificação.


Spizaetus tyrannus - Gavião Pega-Macaco.

Spizaetus ornatus - Gavião Pega-Macaco.


 Spizaetus melanoleucos - Gavião-Pato.


Ramphastos toco preda os
filhotes da arara-azul no ninho.


O Tucano-Açú ( Ramphastos toco ) é responsável por 83% de dispersão das sementes de Sterculia apetala, mas também consome 53% dos ovos predados desta espécie de arara.


Esta espécie de tucano, tem o bico grande para justamente alcançar os filhotes de outras espécies nos ninhos. No vídeo acima, os guachos - Cacicus haemorrhous - sofrem defendendo seu filhotes de serem devorados pelo tucano. Seus ninhos pendentes como sacos, agregados em colônias, nas matas próximas às Cataratas de Foz do Iguaçu, são presas fáceis, como ja pude observar de perto. Com as arara-azuis a predação é bem parecida, embora elas nidifiquem individualmente, e não em colônias, como ocorre com os guachos.




Seu habitat natural compõe-se de áreas com vegetação aberta, não muito úmidas, com grande ocorrência de palmáceas com frutos nutritivos, geralmente nas várzea e cerrado adjacente à floresta tropical no leste da Amazônia, no cerrado propriamente dito, caatinga e na zona dos cocais nordestina , e nas aglomerações de palmeiras no Pantanal. Alimenta-se principalmente do coco de algumas espécies de palmeiras regionalmente endêmicas - Scheelea phalerata e Acrocomia aculeata no Pantanal, e o buriti (Mauritia flexuosa) que típico dos brejos do cerrado .

O butiti é uma palmácea lindíssima, comum em zonas úmidas
do cerrado, e do coco nutritivo para as araras.


A Macaúba - Acrocomia aculeata - palmácea coberta de grande espinhos, é muito comum nas terras inférteis do cerrado brasileiro, do chaco paraguaio e das partes secas do pantanal matogrossense. Seus frutos também fazem parte da variada dieta da arara-azul grande.


Hyacintha - o maior psittacídeo do mundo.












Anodorhynchus learii foi zoologicamente descrita e reconhecida pela ciência através de exemplares capturados e vendidos para colecionadores europeus no Séc.XIX. Por 130 anos não se teve idéia de qual parte do Brasil esta espécie seria nativa, portanto, deduz-se que sempre tenha sido de distribuíção geográfica restrita e rara.

 
Somente em 1978, o famoso ornitólogo Helmut Sikh, após muitas buscas e pesquisas, encontrou a população selvagem e findou o mistério.
Tal como ocorreu com a Cattleya labiata nordestina, tinha-se exemplares da espécie em mãos, mas não se sabia qual era o seu habitat, com certeza sua origem era um segredo muito bem guardado pelos traficantes de pássaros.


Escondidas da ciência na Caatinga do Raso da
Catarina na Bahia por 130 anos.



Conheça a história dessa ave rara e difícil de procriar em cativeiro, 
os pisittacídeos da Austrália e África são reproduzidos em
criatórios com relativa facilidade; já as espécies do
Brasil apresentam grandes requerimentos, são
hiper-especializadas e capciosas no trato,
 de um modo geral a natureza brasileira
é toda assim: complicada de se
manter e reproduzir
artificialmente.


 A espécie baiana é de menor porte em relação à Arara-Azul mais comum.


Sabe-se hoje da existência de apenas duas colônias desta espécie na caatinga
no nordeste da Bahia: na Toca Velha e na Serra Branca; ao sul de uma depressão, em meio aos planaltos de rocha arenítica, conhecida como Raso da Catarina. Esta região remota do nordeste brasileiro é a mais seca e árida do país, por esta razão a espécie conseguiu manter-se incógnita por tantas décadas. No tempo do cangaço, era a região preferida para os bandos de cangaceiros fugirem das milícias governamentais, foi nessa região que o bando de Lampião refugiou-se e foi posteriormente exterminado.




Em 1995, um novo sítio de descanso, a 200 km a oeste, com 22 aves, foi localizada em Santo Sé / Campo Formoso. Inicialmente pensou-se ser uma subpopulação distinta e já segregada, mas agora entende-se ser um grupo da população de Toca Velha-Serra Branca seguindo a marcha da frutificação da palmeira licuri.



Área de nidificação.

 

















Em 1983, a população mundial desta espécie foi estimada em apenas 60 aves. Pesquisas censitárias estimaram 246 aves em 2001, 400-500, em 2004, 630 em 2006, 960 em 2008 De 1.123 em 2010 (Barbosa 2010). Estes números podem incluir uma grande proporção de sub-adultos, uma vez que é notoriamente difícil determinar o número de indivíduos maduros na população, pares de sub-adultos se formam e comportam-se como aves de nidificação, já alguns anos antes deles realmente reproduzirem-se. Parte desses novos números também podem refletir as mudanças na metodologia de pesquisa, mas de fato houve um aumento populacional genuíno e perceptível, resultado das medidas de conservação.














Learii - 130 anos de procuras pelo seu habitat.



 
 
Cor azul-esverdeada, porte menor e marcações em amarelo diferenciadas na face são as características visuais que prontamente separam esta espécie de sua prima
 mais comum a arara-azul grande.






As Araras Azuis extintas
 no Brasil:


Spixii - extinta na natureza.


Inicialmente, foi teorizado que as araras de Spix prefeririam áreas com significativa ocorrência de palmeiras de buriti (Mauritia flexuosa), uma vez que sua dieta também inclui a castanha produzida por estas palmas. No entanto, antes de sua população silvestre se reduzir tão drasticamente, as aves eram encontradas na localidaes de Juazeiro / Curaça , uma região bem árida do nordeste do Brasil. O local demonstrou ser a sobrevivência desta espécie, bem dependente dos bosques de caraíbeiras - Tabebuia caraiba, neste ambiente árido, raramente palmeiras eram observadas neste ambiente .

 

As plantas abundantes nesta área de caatinga, consistem de espécies espinhosas como os cactus: o fachiero (Cereus squamosus), e diversos tipos de Opuntia; bem como as árvores altas caraíbeiras que crescem ao longo dos poucos cursos de água .
As aves desta espécie apreciam as coroas de árvores mortas caraíbeira como poleiros, o que sugere que estas são importantes locais de nidificação para elas.





O habitat rico em caraíbeiras, é uma floresta de galeria bem singular, resultado da presença de três cursos de água sazonais ( temporários ) cruzando uma área semi-desértica, fornecendo assim, condições necessárias para o crescimento dessas árvores , e por consequência, a existência de ararinhas-azuis. As árvores crescem em intervalos regulares de aproximadamente 10 metros ao longo das margens, com vegetação de caatinga no entorno delas. A altura das árvores e vegetação circundante, bem como a sazonalidade dos cursos d'água, cria um habitat completamente único que não pode ser encontrado em qualquer outro lugar. Este, sem dúvida, contribui para a histórica e naturalmente pequena população de ararinhas.




A maioria do que se sabe sobre o comportamento aprendido e o natural, em araras-azuis, é especulação, devido à sua raridade na natureza, não é possível classificá-los com certeza.
Em cativeiro, por exemplo, a arara fêmea já foi observada tendo um papel ativo no processo de aprendizagem de vôo. No entanto, com apenas um macho e não descendentes produzidos na natureza, os cientistas especulam que os pais ensinam os filhos que sementes e nozes são boas para comer, bem como a forma correta de abrí-las. Em cativeiro, os pais mostram-se muito envolvidos com o crescimento, aprendizagem e desenvolvimento de seus filhotes, o que nos leva a pensar que as ararinhas vivem e viajam em um grupo familiar coeso.



A vida média de 28 anos de Cyanopsitta spixii é consideravelmente menor do que outras espécies, como as araras maiores, mas bem semelhante ao seu parente mais próximo, aos maracanã de illiger, que têm uma vida útil de aproximadamente 30 anos. Contudo, os ovos Spix tantos filhotes de arara, e adultos foram tomadas ilegalmente da natureza, que é difícil de saber a sua esperança média de vida. Araras Spix são muito repetitivas nas suas rotina , sempre seguem as mesmas rotas de vôo; procedimentos de auto- limpeza e banho, todos os dias. Mesmo em suas interações entre si e com outras aves, as rotinas são seguidas. Por exemplo, o último macho na natureza, escoltava sua companheira, a arara-illiger fêmea, de volta para o seu ninho, antes de voltar ao seu próprio. Como mencionado acima, preferem viajar em pares ou pequenos grupos familiares ao longo dos rios sazonais, para se empoleirar, alimentar e nidificar na copa das árvores. As ararinhas são sempre extremamente discretas, mantendo-se distante de observadores,e muitas vezes foram identificadas somente pelo seu estridente "kra-ark", usaul durante durante o vôo.



É muito difícil estimar o tamanho do território necessário para as ararinhas no estado selvagem, posto que nunca só foi observada quando a população já estava residual. Apesar de serem animais agressivos, os cientistas podem apenas especular sobre o comportamento territorial. 

 
 

Portanto, só podemos especular de forma lógica, suas necessidades de exclusividade territorial estão relacionadas apenas por sua necessidade de proximidade com o seu ninho e companheiro. Existem as restrições impostas pelas especificidades de habitat - as árvores caraíbeira só ocorrem em uma área de 20 km de largura. A espécie é tida como estritamente sedentária e mostrar padrões de atividade claramente diurna.




A espécie tem uma alimentação frugívora e granívora, alimentam-se das sementes das árvores favela / faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus) e do Pinhão-Brabo (Jatropha pohliana), bem como dos frutos da cactus fachero (Cereus squamosus), do joazeiro ( Zizyphus joazeiro) e cactos pau-de- colher (Maytenus rigida). O também foram observados comendo os frutos da palmeira licuri (Syagrus coronata), comum na restrita área de dispersão da espécie.




Quando ameaçadas, especialmente quando estão chocando, ou já na presença filhotes, ararinhas repetem o comportamento observado em várias outras espécies de pássaros, fingem estar feridos no chão para chamar a atenção da ameaça para si, preservando a prole. Além disso, empregam sua vocalização muito alta e estridente, e batem suas grandes asas rapidamente, tentando assustar o predador à distância. Caçar as ararinhas em estado selvagem com armadilhas, praticamente não tinha custo significativo, e até o fim da década de 90, era possível vendê-las por até US $ 200.000. Num passado remoto as ararinhas azuis também foram caçadas como comida, especialmente na região de Curaçá. Estima-se que o tráfico ilegal de espécies raras e ameaçadas gere de 10 a 20 bilhões por ano - ficando abaixo do tráfico de drogas e armas no mercado negro.



Dra. Yara de Melo Barros.

“O tráfico foi o principal responsável pela extinção da espécie. E o maior traficante mora hoje em Petrolina (PE)”, diz Yara de Melo Barros, coordenadora do programa de reprodução da ararinha desde 1990 e diretora do Parque das Aves, em Foz do Iguaçu (PR). “A legislação ambiental é muito frágil. Quem é pego hoje com bicho ilegal é solto no mesmo dia”. O programa para conservação da espécie existe desde 1989, quando achava-se que ela estava extinta. O ornitólogo do Ibama Carlos Yamashita participou de diversas expedições em busca dos últimos indivíduos na natureza. “A espécie é visada há centenas de anos. Em 1900, às vezes apareciam ararinhas na Europa. Durante o século 20, a caça era praticamente monopólio de uma só família do Piauí, que depois começou a trabalhar com esse intermediário de Petrolina.



Eles capturavam um ou dois indivíduos por ano, mas no começo dos anos de 1980 houve um racha familiar e um deles resolveu acabar com a festa, pegou 15 ararinhas de uma só vez”, diz.
Yamashita chegou a ver três ararinhas na natureza em 1985. Elas sumiram e, em 1990, um último macho foi encontrado. Yara foi a campo e conversou com centenas de moradores em Curaçá, ajudando a criar um sentimento de identificação com a espécie, que passou a ser protegida pela comunidade. A cerca de 200 quilômetros dali, nos arredores de Canudos e Jeremoabo (BA), outro projeto liderado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tenta salvar a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus learii), também ameaçada, que tinha população estimada de 1.125 indivíduos na natureza em 2010. Monitorado, o último macho de ararinha-azul vivia com uma ave de outra espécie e esperava-se que eles pudessem ter filhotes híbridos, mas os ovos nunca fertilizaram. A única ararinha conhecida na natureza sumiu em outubro de 2000 e a espécie entrou em extinção oficialmente."





Araras de Spix são, de longe, a mais rara espécie dos psitácideos e uma das aves mais protegidas e visadas do mundo.
Existem muitas causas para a sua extinção na natureza, mas Paul Roth identificou três razões principais para o declínio rápido:


1) A caça pelos caboclos e indígenas do Brasil, tanto pelas lindas penas azuis, como para a alimentação.

2) As abelhas africanas introduzidas na área de dispersão natural, ocuparam espaços - ocos de árvores - necessários para o ciclo de reprodução. Muitas vezes expulsando os casais nidificantes para fora do ninho e mesmo matando os filhotes. Estes insetos têm sido responsabilizados, em parte, pela ineficácia reprodutiva das ararinhas.

3) A captura de animais silvestres é a causa mais prejudicial e direta de declínio desta espécie. Por causa da beleza das aves, bem como a sua raridade, caçadores capturaram adultos, filhotes, e removeram os ovos dos ninhos durante décadas. O resultado da caça era vendidos para receptadores de zoológicos e colecionadores locais, e posteriormente contrabandeado para fora do país, para zoológicos estrangeiros e ricos colecionadores privados. O preço para comprar um par de ararinhas em 1987, já era 40.000 dólares, e chegou aos duzentos mil na década de 90. .

4) O declínio das araras de Spix também se deve a presença humana e a destruíção do habitat. a destruição da floresta caatinga, sem dúvida, teve um grande efeito sobre as populações de arara de Spix. correlação entre o desmatamento da vegetação contendo a árvore craibeira, em Pernambuco, e o posterior desaparecimento das ararinhas em décadas anteriores.



Todas as espécies de araras necessitam de cavidades relativamente grandes para nidificar, este detalhe ecológico, aliado a imensa destruíção das grandes árvores e a caça de filhotes por traficantes nos ninhos mais baixos e acessíveis, estão na raíz do declínio geral dessas espécies na natureza. Se nidificassem em ninhos grandes e convêncionais como os das cegonhas, no alto de árvores comum , teriam maior eficiência reprodutiva.










Anodorhynchus glaucus reconstituída em
realidade virtual computadorizada.


No passado, Séc. XIX, a população Anodorhynchus glaucus esteve sabidamente distribuída no norte da Argentina, sul do Paraguay, nordeste do Uruguai; no Brasil é registrada principalmente no sudoeste do Estado do Paraná, tendo sido portanto, muito mais tipicamente argentina que brasileira. Segundo os relatos, a ave ocorria quase sempre associada aos bosques da palmeira Yatái, que não por acaso é aceita atualmente como base da sua alimentação.
 
Nunca houve registro de ser ave abundante, suas sub-populações
regionais deveriam ser bem distanciadas, não existindo de 
forma continuada, mas sim associada a manchas de
 vegetação capazes de fornecer subsistência.



Sua distribuição mostrava-se endêmica, seguindo os palmares dos cursos médios dos principais rios regionais (Uruguai, Paraná e Paraguay) e nas suas áreas adjacentes, a maioria dos registros antigos existentes demonstram ter sido mais comum na Província de Corrientes - Argentina. Toda esta região é sujeita a fortes quedas de temperatura no inverno, estava ainda muito florestada no Séc. XIX, mas as araras glaucas pareciam preferir especificamente os campos com palmeiras.



A espécie já era pouco abundante bem antes da completa colonização desta região, talvez tenha sido no início ou na segunda metade do século XIX que seu declínio acentuou-se . Existem apenas dois registros aceitáveis ​​na segunda metade do século XX: uma observação direta no Uruguai em 1951 e com base em relatos locais, no Paraná na década de 1960.



Embora tenha sido tratada como espécie extinta por décadas, rumores persistentes de avistamentos recentes, relatórios locais e pássaros no comércio indicam que algumas aves ainda podem sobreviver. Pistas fotográficas ou materias não conseguem justificar os rumores, já morei no interior e sei que estes comportamentos são frequementementes fantasiosos. Derivam do traço cultural dos interioranos: jamais colocam-se negativos diante de perguntas inesperadas; se nada sabem, dizem aquilo que o interlocutor deseja, só para não desagradá-lo




Os registros histórico de ocorrências para esta espécie no Séc. XIX, verificaram-se, na maior parte, ao longo dos rios principais acima já descritos. Todavia estes dados ribeirinhos podem estar apenas refletindo a dependência do transporte fluvial para os viajantes daquela época. Está circunstância de obsevações durante a navegação fluvial, pode não refetir a verdade ecológica da espécie, e nem o verdadeiro habitat. As aves de A. glaucus deveriam estar bastante dependentes e adptadas a consumir frutos da palmeira yatái - Butia yatay -, imagina-se ter sido este o seu alimento básico.

Palmeira Yatái ou Chatáy, demora muito para crescer.

Os barrancos na margem dos Rios Paraná e Paraguay, bem poderiam
ter abrigado os ninhos de A. glaucus.


Dentro desta hipótese, presumivelmente, as aves deveriam vagar pelos bosques com Yatais , e como a espécie é muito próxima de A. learii, talvez estas aves se reproduzissem nos barrancos da calha do rio Paraná, este lembram bem os arenitos do Raso da Catarina.

A com destruição do habitat, a inanição deve ter devastado
rapidamente as populações desta espécie.


A versões de que os últimos exemplares silvestres desta espécie foram vistos nas duas primeiras décadas do Séc. XX, o último exemplar em cativeiro faleceu no Zoo de Buenos Aires. Todavia há registros aceitáveis desta espécie na década de 1960. É muito provável que a sua poplação tenha declinado severamente como resultado de caça e captura, além de degradação e destruição do habitat.


Alguns remanescentes bosques, já centenários, de Butia yatai protegidos em
um parque nacional uruguaio - uma relíquia do habitat natural de A. glaucus.





No entanto, ainda pode ser que existam populações mínimas, porque nem toda a sua área de possível ocorrência foi devidamente pesquisada, e ainda temos os persistentes e até convincente relatos locais de visualização de exemplares . Qualquer população remanescente será certamente residual, e por estas razões a espécie é tratada como extinta ou como criticamente em perigo.




Sobraram alguns exemplares taxidermizados
em uns poucos museus.



Podemos descrevê-la como uma arara azul grande, em relação ao porte de outras do gênero Ara. e a de menor porte no gênero Anodorhynchus. Sua cor é muito característica - glaucus significa verde-azulado em latim - tecnicamente seria um pálido azul-turquesa, com a cabeça acinzentada. Mostra-se como uma sub-espécie meridional da Arara de Lear- A. learii. A Arara de Lear tem uma cabeça mais azulada, mas a distinção perfeita dos espécimes pode ser um tanto confuso. A Arara Azul Grande é consideravelmente maior em comprimento e porte, mais azul-violeta na coloração, e com a mancha amarela ao longo da base da mandíbula mais vívida.




Estas relíquias taxidermizadas poderão oferecer o DNA original da espécie A. glaucus, ovos de A. learii fertilizados com os gens recuperados, poderão, talvez, num futuro mais tecnificado, 
trazer de volta o que a extinção levou.





As araras learii e glaucus são tão próximas taxonomicamente que nos confundem até em ilustrações feitas para mostrar suas diferenças morfológicas, a espécie mais medidional era um tanto menor, de cor geral mais turquesa e garganta mais escura. A zoologia moderna as trata como superespecíficas ou conespecíficas, simplificando: poderíamos afirmar que foram raças geográficas suavemente adaptadas às condições ecológicas distintas.

Respectivamente, exemplares taxidermizados de glaucus ( esq. ) e learii ( dir. ), 
em evidente comparação visual, demonstrando a proximidade morfológica entre si.


Exemplares de glaucus e learii  lado a lado, não fosse a distância entre as distribuições, as diferenças nos hábitos alimentares e nos de nidificação, poderíamos até considerá-las como subespécies.


As nuances amarelas de glaucus eram menos conspícuas.

Learii no meio de dois exemplares de glaucus - conespecíficas.




Glaucus - extinta em cerca de 1912 - mas pode ser que ainda
 existam populações residuais desconhecidas..


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