VVVVVV>&&&&&%gt;gt;>>>>>>>>>>>>>>>>>"Ver e ouvir são sentidos nobres; aristocracia é nunca tocar."

&&&&&&>>>>>>>>>"A memória guardará o que valer a pena: ela nos conhece bem e não perde o que merece ser salvo."


%%%%%%%%%%%%%%"Escrevo tudo o que o meu inconsciente exala
e clama; penso depois para justificar o que foi escrito"


&&&&&&&&&&&&&&;>>gt;>>>>>>>
"
A fotografia não é o que você vê, é o que você carrega dentro si."


&
;>&&&&&>>>>>>>>>>>>>>>>&gt
"Resolvi não exigir dos outros senão o mínimo: é uma forma de paz..."

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"Aqui ergo um faustoso monumento ao meu tédio"


&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"A inveja morde, mas não come."


terça-feira, 10 de agosto de 2010

As Orquídeas e a Princesa Isabel - parte III - Biografia



Crepúsculo na Quinta da Boa Vista,
nada mais será como antes !




Chega ao seu ocaso 
o Império do
Brasil.




"Daqui alguns anos, só haverá cinco reis :
o rei de espadas, o rei de ouros, o rei de paus,  
o rei de copas e a rainha da Inglaterra".


Farouk - Rei do Egito



Que tudo passe e... 
passe muito bem .
 


Paulo Leminski







Todos os biógrafos de D. Pedro II concordam que ele previa a sua própria sucessão como sendo um processo político muito difícil, desde  a infelicidade da morte de seus dois filhos varões, ambos com menos de dois anos de idade, consciente que a Princesa Isabel não seria facilmente aceita, passou a agir como Pedro II - O Último. Em vários documentos expressou seu pouco apreço pelos poderes moderadores de que foi investido, detestava protocolos, cerimoniais e firulas monárquicas, porém supervisionava os assuntos de Estado com atenção e propósito. O fim do Regime Monárquico, septuagenário no Brasil, derrubado por 1/5 das forças do Exército, foi facílimo, sob pretexto de não provocar derramamento de sangue, e sob o medo de ser considerado covarde, por fim tudo aceitaram , só lágrimas da Imperatriz e da Princesa  Imperial lamentaram o fim do Império. Um grande historiador ressaltou a "indiferença budista" do Imperador no momento da queda da Monarquia, ficou S.M.I. inalterado, nunca tinha  estado tão controlado, distante e digno como no dia da Proclamação, lia revistas e fazia pouco caso dos acontecimentos , dizendo que logo tudo voltaria ao normal e que "não era marinheiro de primeira viagem" . Como comentou acertadamente seu contraparente o Tzar da Bulgária,  Ferdinado de Saxe-Coburgo e Orléans : " Pedro II era um antidinasta ."  Jamais considerou sua única filha, sobrevivente dos quatro filhos que teve, como uma sucessora viável, ignorava-a politicamente, quando voltava de suas longas viagens tratava a regência da princesa como algo inexistente, nem comentava qualquer assunto pertinente. Nunca houve preparação para formá-la estadista, tinha sequenciais rusgas com o genro francês, a princesa de fato queria apenas ser mãe devotada, a vida cercou-o de parentes e agregados sem qualquer comparação com o brilho pessoal que dele emanava, faltava solução de continuidade à Monarquia.


" Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor.
 Não conheço missão maior e mais nobre que a
de dirigir as inteligências jovens e preparar 
os homens do futuro.

Nasci para consagrar-me às letras e às ciências,
 e, a ocupar posição política, preferiria a de
 presidente da República ou ministro
 a de imperador

A política não é para mim
 senão o duro cumprimento
 do dever.

Jurei a Constituição, mas ainda que
 não a jurasse, seria ela para mim
 uma segunda religião.

Nada devo, e quando contraio uma dívida
 cuido logo de pagá-la, e a escrituração 
das despesas de minha casa pode ser 
examinada a qualquer hora.
 Não ajunto dinheiro.

Tenho espírito justiceiro e entendo que
 o amor deve seguir estes graus de 
preferência: Deus, humanidade, 
pátria, família e indivíduo.

Louvam minha liberalidade,
 mas não sei por quê.”

D. Pedro II 



 Contudo, na iminência do golpe militar que findou seu reinado, passou a cogitar vagamente a possibilidade do "reinado de minha filha", um político disse-lhe prontamente que este reinado " não era deste mundo". O que é certo, certíssimo, como a imagem acima mostra de forma contundente, é que seu comportamento estritamente constitucional, disciplinado, modesto e liberal, foi por fim considerado como sendo mesmo "republicano", e assim ele pavimentou o caminho para que fosse sucedido pela República. Na imagem, bela e poética, ele coloca o barrete frígio, símbolo da Revolução Francesa, feroz revolta que guilhotinou reis em praça pública, por sobre a coroa imperial brasileira, este gorro de origem popular foi posteriormente adotado como símbolo republicano, assim o imperador demonstrava sua perspectiva de sucessão. Mostra-se sentado na concepção artística, parece completamente cônscio do que faz, indica estar resignado com o destino, e também orgulhoso com seu próprio desempenho político e institucional, na certeza que fomentou o surgimento de uma grande nação durante um memorável reinado de quase meio século. Grande rei !



Casa do Marechal Deodoro,
atual Museu do Exército.


“A Proclamação da República foi uma ação praticada pelas elites brasileiras. Uma, a elite cafeeira formada pelos grandes cafeicultores que se revoltaram contra a Monarquia devido à libertação dos escravos, ocorrida apenas um ano antes. Outra, a elite armada representada pelas grandes patentes do exército e das forças navais que não admitiam a perda de prestígio e de privilégios adquiridos em consequência da Guerra do Paraguai. Tudo isto temperado por uma grande carga de intrigas, mentiras, traições e sede de poder, pelo poder. Infelizmente uma das mais importantes páginas da História do Brasil foi escrita sem nenhum ato de heroísmo.”    Do documentarista Rubens Cruz.










Click aqui para acessar a PARTE II.




Click aqui para acessar a PARTE IV onde 
 se descreve as espécies botânicas e
 o paisagismo associados ao
 Império do Brasil





No armário do hotel francês ele guardava um pouco da terra do Brasil, uma mistura de terra de todas as províncias brasileiras. Mandou buscá-la previamente em Petrópolis, algum amigo providenciou a coleta dos solos, em caso de seu falecimento fora do país, esta deveria ser espalhada por sobre seu cadáver. Quando de seu falecimento, após ponderarem, com ela foi feita uma almofada, para amparar sua cabeça no ataúde.



Com esta placa memorial, o Hotel Bedford  homenageou o 
hóspede famoso que faleceu em suas dependências.

"Neste estabelecimento, viveu os seu últimos dias o 
Imperador do Brasil, D. Pedro II, grande patriota,
 protetor das ciências e das artes, 
amigo de seu povo."



 
 
O tradicional Hotel Bedford ainda existe, deve ter sido reformado várias vezes, mas
 de toda forma não me pareceu tão modesto assim, deveria ser, em 1891,
 bem mais sofisticado que o Paço de S. Cristóvão.


Pedro II vivia muito  endividado, para custear o cerimonial fúnebre e régio da imperatriz, precisou de empréstimos. Há quem afirme que a notória sovinice do Conde D'Eu, era derivada da baixa dotação que recebia do governo para sua manutenção. Durante todo o reinado não sobrou muito da dotação paga à Família Imperial !




O Cortejo fúnebre teve a grandeza do Brasil: com uma grande parada de regimentos militares e assistido por 200 mil pessoas em Paris. A Igreja de Madelaine foi toda forrada de preto para a missa de corpo presente, embaixadas e representante de vários países, além dos enviados pelas casas dinásticas ainda reinantes, prestaram condolências. O representante diplomático do Brasil republicano na França ficou tão indignado com a atitude reverente e a última saudação dos franceses ao ex-imperador, que retornou ao Rio de Janeiro prometendo represálias. O velho Pedro era muito querido, apenas duas historiadoras contemporâneas é  que insistentemente atentam contra  seu caráter e sua postura.
 
 O mais ilustre dos brasileiros.

Houve comoção entre aqueles que conheciam o finado imperador, muitos governos e monarcas europeus prestaram condolências oficiais diretamente à D. Isabel, esta tornava-se, então e por fim, herdeira de um império desaparecido.


 O corpo do pai mandatário partia do leito modesto no hotel para o túmulo dos antepassados, o exílio iria se aprofundar para a família de D. Isabel. Morrer exilado foi uma imensa injustiça com este homem respeitável, basta lembrar ter ele aceitado o encargo de governar um país continental como o Brasil ainda adolescente. Enterrá-lo em Portugal, junto ao pai e à esposa, foi a melhor solução encontrada, tendo em vista que o banimento estava vigente também para o seu cadáver. Tornou-se um incômodo para governo republicano administrar a repercussão nacional e internacional do seu injusto falecimento fora do país que governou por quase meio século.



Funeral de D. Pedro II primeiro saindo de Paris, e na segunda foto já chegando
 à Lisboa, sem poder retornar ao Brasil, seu corpo foi sepultado junto à esposa e ao pai.



"Graças a uma inconcebível flexibilidade de caráter, D. Pedro II teve artes de ser um soberano absoluto, sem cessar de acomodar o seu temperamento a todos os molhos que as várias situações políticas lhe pudessem ir reclamando. Mercê do seu espírito contemporizador e da sua prodigiosa dissimulação, conservou, na mão de ferro enluvada em veludo, um poder sem contrapeso nem limite. Esse poder pessoal e invasor chegou a destruir, em volta de si, todos os partidos, todos os homens, todos os caracteres, todas as vontades, todos os sistemas ou programas políticos, fazendo reinar acima de tudo e de todos a força superior do monarca. O resultado desse jugo intolerável foi demonstrar-se praticamente a influência desastrosa do sistema monárquico. É assim que, pouco e pouco, o imperador acabou por desesperar a consciência pública. " 




Acima a opinião de Rui Barbosa sobre o imperador, foi célebre diplomata e
 advogado, sempre se posicionou como um monarquista clássico,
tornou-se  republicano no exato momento da proclamação.
 Muita inteligência mas pouca lealdade, num corpo
 tão pequeno não poderia caber tanta perfeição.

O Senado do Império, com ampla maioria monarquista,
 em sua última sessão antes de ser  dissolvido, não 
demonstrou qualquer reação quanto ao fim do 
Império, o imperador estava abandonado. 


“A Monarquia  no Brasil caiu sem
 ter quem morresse por ela."
   conclamou
Gilberto Freyre.


 "Esqueceram-me mais
 depressa do que 
eu esperava” 
 queixou-se o
 imperador no exílio.




Abaixo um comentário sobre os 60 anos de reinado da rainha Elizabeth II da
 Grã-Bretanha; este, sob a ótica brasileira,  também caberia para  Pedro II:




"Os ingleses têm mais respeito do que afeto pela soberana, porque a própria personalidade da rainha não se presta à ternura. É um temperamento frio, tímido, introvertido e protocolar". Embora ressalve que a monarquia é tão popular quanto a própria rainha, na medida em que representa "um pouco de solidez nesse mundo incerto, tumultuado e instável".





 O grande memorial.

De todos os memoriais para o "mais ilustre dos brasileiros", o mais vibrante e completo retrato é o desconcertante livro de Roderick Barman: " Imperador Cidadão ". Embora já conhecesse muito desta biografia, já tinha mesmo anteriormente lido a versão original do livro em inglês, e nem assim deixei de me impressionar ao extremo com a muito bem traduzida versão em português. O livro emociona, faz jus e me fez chorar algumas vezes com o desenvolvimento da estupenda narrativa. D. Pedro II adoraria lê-la e sem dúvida a aprovaria ! A descrição da partida do paquete Gironde levando o imperador muito doente para certamente morrer na Europa, é quase épica. Roderick descreve bem a grande multidão que foi aclamar e se despedir do monarca idoso e enfermo no embarque e na talvez derradeira visão dele vivo.






Os navios de guerra enfileirados, saudando a partida do velho governante com salvas e mais salvas de tiros, o paquete passando sereno em meio deles, encabeçando uma procissão de outros navios menores. A narrativa configura-se numa cena fantástica de nacionalismo e reconhecimento, que bem poderia ter sido um fecho de ouro para o Império.


 Se D. Pedro II tivesse morrido durante seu colapso em Milão, sua biografia teria sido poupada do exílio, da ingratidão, da quartelada e da deprimente  falta de recursos materiais. O suplício final, derivado da expulsão, poderia ter sido suprimido, e essa parte ingrata e vergonhosa de nossa História não teria acontecido !




"Há mais realidade no vazio, na cerimônia em que 
se tece o vazio, do que na História"

Casimiro de Brito

 
 
"Trinta e cinco anos de pesquisas sobre a política e a sociedade brasileira
 no século XIX levaram-me, de modo relutante, porém inexorável,
 de volta a D. Pedro II como a chave para compreender 
o desenvolvimento do Brasil como Estado-nação",

explica o biógrafo R. Barman.



D. Pedro de tudo sabia,  a tudo previu !

Eu desejei muito prestar esta homenagem a tua memória.
Tomara  que as imagens vívidas consigam transmitir
a marcada e imperial  elegância da tua conduta
 e a delicadeza de alma de D. Isabel.









Tornara-se muito difícil aceitar um monarca senil e pouco interessado pelos meandro da política, doente, ele queria reduzir o ritmo de trabalho e mesmo se aposentar após 49 anos de reinado. Seus interesses filosóficos e científicos eram o seu lazer e a sua estratégia de fuga da realidade . D. Pedro II inicialmente não acreditou na seriedade da Proclamação da República, depois não expressou resistência, e por fim, sem ter o que fazer, pensou ser um bom momento para aposentar-se.

A República teve sucesso por conseguir cooptar a benevolência dos descontentes da elite agrária do país, até mesmo para  a consequente ditadura militar. Só após o fim do governo de Floriano Peixoto é que de fato ela surge civil e algo mais democrática que o velho Império. Como bom brasileiro, o imperador tinha status e aparência, mas não tinha recursos financeiros suficientes. Poderia ter negociado uma remuneração justa pela vida dedicada ao governo do país, mas preferiu manter a fleuma que sempre cultivou. Ele que já era modesto coroado, destronado tornou-se empobrecido e endividado, este foi o principal problema do curto exílio, além da enfermidade que finalmente o abateu.


O Príncipe Pedro Augusto piorou muito após a morte do avô, esteve sob a atenção do então jovem Dr.Freud, mas acabou internado até falecer, seu diagnóstico era de tristeza/depressão profundas. Descrevem-no no sanatório como parecendo um " cristo louro e descamisado ", "ainda pensando em ser imperador do Brasil." Há versões que contam sobre o Conde D'Eu, então encarregado de vender os bens que não haviam sido expropriados pelos republicanos, na lei de banimento havia a explícita proibição de manterem imóveis no país, teria passado para trás os dois príncipes filhos de D. Leopoldina. Rui Barbosa era o advogados dos irmãos Coburgo e atestou as trapaças do príncipe francês para ficar com o que pode; vingou-se das conspirações passadas.






Homenagem em 1925.
Personagem querido de todos que tomaram consciência dele e
de sua séria tentativa de melhorar o Brasil do seu tempo!



Com a consolidação do novo regime  republicano, o Império
passaria a ter lugar apenas nas vitrines de museus e na História do Brasil.

Acima a estátua comemorativa dos 100 anos de nascimento de PII,
erguida pelos amigos e pelo IHGB em frente ao Paço.



Monumentos ao mais ilustre de todos os brasileiros! Tão ilustre que não teve sucessores
a sua altura, padecia de sucessão improvável, em parte foi culpa dele próprio.



Uma imperatriz gentil, um tanto apática e
de biografia completamente ilibada.




Acima e abaixo uma fantástica estátua do imperador sentado, situada nos jardins de uma 
 praça no centro de Petrópolis, é o monumento mais realista erigido à sua memória.











É uma obra de arte perfeita nos detalhes. Expressão, livro na mão, jaquetão, tédio infinito, olhar no futuro - parece estar vivo num corpo de bronze . Sonha encantando, sem lembrar da coroa perdida, dos palácios envelhecidos, parece lembrar com saudades da viagens ao exterior, da companhia charmosa e elegante da condessa de Barral. Quem sabe já esquecido do fracasso do Terceiro Reinado, ele bem sabia  que as possibilidades de sua continuidade dinástica tinham findado quando faleceu ainda muito jovem o seu segundo filho varão.

 
 O impacto visual de sua figura de bronze traz muitas lembranças das viagens pelo mundo, envoltas em brasileira simplicidade. Um Habsburgo digno, tropical e pobre; assim o vejo. Seus diários nos mostram que ele tinha noção perfeita que seria investigado num futuro , então deixou-nos suas palavras e impressões cuidadosamente  registradas.


Hipoteco-lhe o meu mais profundo respeito !



No futuro, como ele bem percebeia, será ainda muito discutido e estudado com relação ao se longo governo e sobre a sua significativa influência na formação do caráter brasileiro.Na ocasião da Proclamação da República, República esta que ficou vários anos sem qualquer eleição, funcionavam no Brasil, livremente, mais de 70 jornais republicanos. Isto sem levar em consideração os satíricos , críticos e mesmo aqueles que hoje seriam chamados de "marrons", que não poupavam nem o Imperador e nem sua vida particular, que não foram jamais impedidos de circular, espinafrar o governo e divertir o povo. S.M.I considerava que todos eram livre pars fazer pouco caso dele, da monarquia e do país, caso assim desejassem...




Os solitários medalhões decorativos das portas principais do Paço de São Cristóvão,
feitas em nobre e durável pau-santo, foram poupados no impiedoso
  desmonte do aparato monárquico no Rio de Janeiro.







O triste destino do Paço de S. Cristóvão
e da Quinta da Boa Vista.


Casca vazia ! Despido da biblioteca, das coleções, da
capela interna e do aparato doméstico da família.









Do escritor Ramalho Ortigão: "Sem mundanismo, sem arte, sem moda, sem equipagens, sem uniformes, sem festas, sem flores, sem bibêlos, o Palácio de S. Cristóvão era um desterro mortífero para toda gente alegre, para todos os homens novos, para todas as mulheres bonitas.". Ao contrário da opinião acima, eu desde criança adorava ir passear na Quinta e no Paço, levado pelo meu pai que percebia o enorme prazer que eu tinha em visitar esta imensa e realmente triste construção, discordo visceralmente de Ortigão.


O paço exala uma grande paz, apresenta peças de pé-direito alto e sombrias, tranquilas e mal construídas, porém perfeitas para se resistir às quentes tardes do Rio de Janeiro. A vegetação e paisagismo, interessantes e exuberantes, hoje sei, são de autoria dos geniais paisagistas franceses Glaziou e Paul Villon. Era como uma sede de fazenda, uma grande fazenda chamada Brasil. Como não havia sofisticação numa corte composta por fazendeiros de café, também não havia necessidade de palácio luxuoso, todavia o tamanho original do parque, inclusive as cocheiras, e do paço são impressionantes até hoje. Nenhum dos três monarcas que ali habitaram, D. João VI, Pedro I e Pedro II, era dados aos luxos e pompas, a Corte Portuguesa tinha maior atratividade pela cerimônia do beija-mão do que pelas festas e cortesãos instalados à curta distância.


















A memória dissipada e perdida dos interiores
 do Paço de São Cristovão:


O caminho lateral para o Paço de S. Cristóvão.




Acima o Gabinete do Imperador e a Sala dos Embaixadores, a estátua em mármore
 branco feita pelo Conde Gobineau e alguns móveis dessa sala, estão atualmente no
Museu Imperial e podem ser vistos em algumas fotos na postagem anterior.


O Paço de São Cristóvão nunca foi uma construção luxuosa, nas primeiras décadas de seu reinado o imperador foi instado a construir uma nova sede monárquica mais condigna com o tamanho continental do império brasileiro. O Marquês de Paranguá chegou a encabeçar um movimento para criar recursos neste sentido, a construção já parecia um convento semi-abandonado no meio de uma chácara grande e mal cuidada: cheia de estábulos para cavalos, mangueiras, pés de café e escravos.


Um patrimônio nacional completamente abandonado.

D. Pedro dizia: não tinha recursos próprios para isso e não iria onerar os cofres públicos com algo desnecessário. Contentou-se em erguer seu palacete de verão em Petrópolis, algumas reformas hamonizadoras e novos jardins no prédio da residência oficial da Quinta da Boa Vista, todas com recursos da sua dotação oficial, portanto nenhum gasto extra. Após o fim do Império, com as reformas sofridas, o velho prédio foi seriamente descaracterizado nos seus interiores, os republicanos agiram rápido, liquidaram com uma memória rica, hoje nos faz muita falta as informações e cenários perdidos.


A República elimina rapidamente os restos materiais e
 espirituais do naufrágio monárquico brasileiro.


O paço foi inacreditavelmente despido do aparato acumulado desde o tempo de D. João IV, em rápidos 12 leilões públicos dissiparam o cenário existente, desejavam o prédio desocupado e limpo para dar-lhe outras funções. Não era muito, o conjunto não formava uma unidade estética e não era harmomonioso, mas era o que havia de melhor no país e no hemisfério sul. Abaixo algumas referências visuais internas do paço , são poucas as imagens de época conhecidas dos cômodos e mobiliário das residências da família imperial na capital do país.








As fotos são de pouco antes de 1870,
portanto do auge do império.













As imagens acima, mostrando parte da decoração do interior da residência imperial no Rio de Janeiro, só foram publicadas recentemente - os leilões ceifaram o patrimônio nacional desses cenários onde transcorreram mais de 40 anos da nossa História.


Ornamentos sacros em prata originais da capela, esta ficava no interior do edifício do Paço, abrindo-se suas portas para o jardim interno - da Capela Imperial de S. João Batista agora conservados no MHN. Os documentos e arquivo estão guardados no Museu Imperial em Petrópolis.

"No Jornal do Comércio, gazetilha de 26/11/1890, há a seguinte notícia: Quanto a seus papéis, o ex-monarca entende que lhe devem ser entregues integralmente. O que neles houver de interesse para a história da pátria, inclusive muitos documentos relativos a Tiradentes, o sr. D. Pedro não terá a menor dúvida em doá-los a algum estabelecimento público; mas não assim sua correspondência particular e papéis de família, muitos dos quais recebeu de seus pais e cujo conteúdo reservado ele mesmo não conhece bem."


Sobre a biblioteca particular do imperador por décadas abrigada no Paço de São Cristóvão:

 Cartas de Alfredo d' Escragnolle Taunay a d. Pedro II - Acervo Museu Imperial:
Petrópolis, 09/julho/1891.

"...Vi pelos jornaes e por oficio do Dr. Silva Costa, que Vossa Magestade me honrára com a nomeação de membro da Comissão que tem de separar da Bibliotheca de S. Christovão livros para as Bibliothecas do Instituto Historico e Nacional, dando ás collecções os nomes determinados pelo illustre Doador. Como Vossa Magestade sabe, não pertenço mais áquelle Instituto, por Ter me retirado espontaneamente delle, creio, porem, que isso não há razão que me incompatibilize de dar cumprimento á honrosa ordem e indicação. O Beaurepaire Rohan anda muito enfraquecido com a avançada idade que tem (79 annos feitos a 12 de Maio p. passado); mas estou que fará das fraquezas forças e ajudará a outros mais validos..."
Petrópolis, 02/agosto/1891.

"No dia 31 de Julho demos começo ao desempenho da honrosa incumbencia de que fomos encarregados por Vossa Magestade por carta ao Sr. Dr. Silva Costa.
Não quero descrever a commoção que experimentei ao penetrar naquellas immensas salas cheias, repletas das innumeras provas de amor do augusto Soberano do Brazil ao estudo e á meditação. Não, não quero, não devo aviventar dorês que, por mais avassaladas que sejão pela suprema serenidade, de certo se aggravarião com semelhante rememoração; mas, alli, naquellas bibliothecas, naquelle musêo, naquellle acervo accumulado em cincoenta annos do mais honesto e glorioso reinado, cercado das homenagens do mundo civilizado, foi que achei amontoados os elementos de que o Senhor D. Pedro II. tirou tanta força, tamanha possança, abnegação tão admiravel, superioridade tão extraordinaria, philosophia tão sã e tal energia d'alma, que soube vencer todas as contingencias e collocar-se acima dellas. Que contrastes estupendos! Ao passo que o intitulado Congresso Nacional, conjunto de creaturas do governo da prepotencia, imposto pela mais fatal combinação ao Brazil, vai discutir uma pensão vitalicia de 120:000$000 ao maior dos patriotas que jamais teve este paiz, ao mais justo e nobre dos soberanos, abre Vossa Magestade mão de mais de 2.000:000$000, avaliação brevissima, pela rama, das preciosidades que alli estão reunidas. Dous mil contos? E os incunaveis e os exemplares rarissimos e aquelles livros em pergaminho e lettra de mão e illuminuras? (...)

Bastante morosamente vai a distribuição dos livros da Bibliotheca Imperial, pelo limitadissimo pessoal que o Instituto Historico e a Bibliotheca Nacional empregão, mas assim mesmo a comissão fez já entrega de mais de 4.000 volumes de legislação e separou para cima de 5.000 obras sobre Historia e Geographia das duas Americas, destinadas áquelle Instituto... ...Em relação aos livros que Vossa Magestade, mandou separar, não poucos já forão achados, outros não. Serão em breve remettidos para a Europa."







O vazio das imagens atuais abaixo, com as salas históricas despidas, ostentando
 apenas umas poucas peças avulsas, são uma realidade dura de aceitar.




Poucas peças pequenas ainda são vistas.


Algumas poucas salas do segundo andar apresentavam
 uma decoração de teto e paredes mais elaborada. 

O Paço era bem mais amplo, simples, mal construído e menos elegante se comparado à residência serrana de verão. Porém a dispersão desse patrimônio de objetos históricos, a descaracterização e o abandono sem fim do prédio e seu entorno são inaceitáveis. Provavelmente devemos esse cenário ao radicalismo de Beijamin Constant e seus positivistas , varreram a memória de Pedro II .

O antigo aposento íntimo dos imperantes
 hoje é uma sala de reunião.


"No Brasil de 1890 deram-se 13 leilões dos bens da Casa Imperial - objetos, móveis e semoventes. Procederam à avaliação dos móveis, carros, animais e objetos existentes na Quinta da Boa Vista e os vindos do Paço da Cidade o tenente-coronel Costa Ferreira, da parte do Juízo da 2ª Vara de Órfãos e João Teixeira, por parte do dr. José da Silva Costa, procurador de d. Pedro de Alcântara. O Juiz da 2ª vara, dr. Honório Coimbra nomeou para proceder ao leilão o leiloeiro Joaquim Dias dos Santos. Francisco Marques dos Santos, em seu artigo intitulado O leilão do Paço de São Cristóvão, publicado no Anuário do Museu Imperial, vol. 1, 1940, fala dos absurdos, da desordem, da avaliação arbitrária e venda forçada dos bens da família."  trecho extraído do trabalho de Maria de Fátima Argon.


As fotos acima parecem ser do Leilão do Paço, não tenho absoluta certeza, são certamente de um leilão ou exposição.O nome Nicolau Facchinetti na parede nos remete ao final do Séc.XIX, este artista italiano, radicado no Rio, falecido em 1900, deveria ter algo a ver, registro minhas incertezas.
De toda forma o Leilão do Paço deve ter tido uma ambientação
similar, dá para imaginarmos como teria sido.

Abaixo uma carta do imperador no exílio ao
 Visconde de Taunay,  na qual revela-se
seus desejos com relação aos
seu bens ainda no Brasil:

"Queira pedir em meu nome ao Visconde de Taunay,/ Visconde de Beaurepaire, Olegario Herculano de/ Aquino e Castro, e Dr. João Severiano da Fonseca/ que separem os meus livros podendo por/ sua especialidade interessar ao Instituto e h'os/ entreguem, afim de serem parte de sua bibliothe-/ca. Esses livros serão collocados em lugar espe-/cial com a denominação de D. Thereza Christina/ Maria. Os que não deverem pertencer ao Instituto of-/fereço-os á Bibliotheca Nacional, que deverá col-/local-os também em lugar especial com a mesma/ denominação. O meu Museu dou-o também ao Instituto His-/torico, no que tenha relação com a etnographia/ e a historia do Brasil. A parte relativa ás sciencias/ naturaes, e á mineralogia sob o nome de "Impera-/triz Leopoldina", como os herbarios, que possão,/ fica o Museu do Rio. A corôa imperial, a espada e todas as joias deverão/ ser entregues, e pertencer á minha filha. Espero que me dê noticias suas e dos seus sempre que/ possa, e creia na estima affectuosa de D. Pedro d'Alcantara, Versailles, 8 de Junho de 1891. Trecho de outra carta de D. Pedro II ao Visconde de Taunay, datada de Paris, 28/10/1891, na qual faz um comentário seco sobre o assunto: "Aprovo completamente sua opinião sobre o destino de meus livros, que espero ainda rever, antes da minha morte, como a filhos queridos."


De toda forma que se analise este assunto do patrimônio
 dissipado concluímos que foi um crime de lesa pátria!




O velho Deodoro tinha dispnéia e suas crises de falta de ar davam
 a impressão que ele iria morrer a qualquer momento.








O Pai da criança !
Nasceu em berço questionável !

Logo o Marechal aumentou seu
 salário para quase o dobro do de Pedro II !


Acima já com a indicação museu e com a estrela da república no panteão,
 o pequeno observatório astronômico de PII ainda pode ser
visto no canto direito do telhado.





 A Assembléia Constituínte Republicana realizou-se
no Paço de S. Cristóvão em 1891.



 Em 1993 a falta de ar retirou  o marechal 
alagoano do confuso cenário republicano.


Depois de abrigar a Assembléia Constituinte Republicana, o diretor Ladislau Neto - amigo dileto do imperador - obteve sucesso numa inteligente ação de incorporação do amplo e histórico prédio. A octogenária construção passaria a abrigar o recém criado Museu Nacional, um destino certamente bem aceito pelos antigos moradores. As coleções de Pedro II formaram o corpo principal do acervo.

Caixão selado e múmia intacta de Sha-Amen-en-Shu- uma cantora do Templo de Amon nos tempos da XXIII Dinastia egípcia. Um  presente exótico, marcou época decorando o gabinete do imperador.



Arfresco de Pompéia e ânforas.






Peças greco-romanas  e etruscas
da coleção da imperatriz.

Carta da imperatriz ao irmão solicitando peças antigas:

"Vengo, caro Fratello, domandarti francamente se sarebbe possibile, che tu 
mi mandassi degli oggetti di Pompeia e Ercolano, o qualche altra antichità 
per il museo di qui, perché me li hanno domandati ed anche 
se tu vuoi qualche cosa che sta nel museo di qui, si
 potrebbero fare dei scambii, perdonami tanta
 seccatura, ma con te non faccio cerimonie e 
spero che altre tanto tu farai con me."

(apud GRILLO, Wanda F. e COLACURCIO, 1997-1998, p.14)

O acervo da nova instituição compunha-se das coleções antropológicas, geológicas e zoo-botânicas do antigo imperial , fundado por Pedro I, acrescido das coleções semelhantes pertencentes ao patrimônio particular do imperador. A famosa e rica coleção de antiguidades egípcias e as etruscas- romanas dão o tom de universalidade pretendido pelo museu , depois desse aporte de acervo, cessaram quaisquer novas aquisições, algumas peças menores da preciosa coleção egípcia desapareceram.

Um antigo busto romano de Antionoo, um preferido de Adriano, endeusado por este
 imperador após sua morte por afogamento no Egito.É oriundo dos sítios
 arqueológicos (1878) pertencentes à imperatriz D. Teresa Cristina. 
Foi doado às coleções brasileiras e hoje está em exposição
 no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro.


Uma historiadora tem defendido recentemente que o imperador era uma fraude científica e cultural, insinua que ele se passava por culto diante de uma sociedade brasileira ainda primitiva. Pedro II recebeu amizade e elogios de vários sábios daquele tempo e mesmo a fria imprensa norte-americana rendeu-se ao seu espírito e cultura, quem teve aulas de hebraico e sânscrito às sete da manhã por tantos anos deveria gostar de saborear o mundo cultural da época, um farsante não iria tão longe. Se ele era uma fraude exibicionista imaginemos então quem vive exalando sensacionalismos históricos em livros baratos !



Acima o Paço-Museu Nacional nas primeiras décadas republicanas. Na reforme realizada no governo de Nilo Peçanha, inaugurada em 1910, o vistoso portão inglês de terracota imitando pedra, ainda do tempo de D. João VI, foi retirado da frente do paço, hoje está na frente do zoológico. Um átrio ajardinado e cercado de balaustradas foi construído no local onde era um terreiro em frente ao edifício.
 
 Antigo Portão Inglês do Paço de São Cristóvão,
 atualmente no Zoo-Rio.

 Nesta época o parque e o paço ainda era ainda tratados com alguma deferência e cuidado, depois que foi catapultado para a manutenção municipal, perdeu o viço. Primeiro transformado em Museu Nacional, com o passar do tempo, passou para a seção de Pós-Graduação da UFRJ, passando a abrigar as áreas biológicas, sociológicas, arqueológicas e etnográficas; entrando desde então em sério e cruel estado de abandono. O acervo exposto que passou a abrigar é praticamente composto das coleções  do tempo do imperial, nenhuma nova aquisição fez sombras às coleções antigas, os animais empalhados e ossos fossilizados acrescidos posteriormente não fazem as mesmas vistas.



 Frase de Rojas Paúl , Presidente da Venezuela, ao saber do fim
 do Império do Brasil: " Foi-se a única república da América !"

“Não entendo como não se estabelece no Brasil uma República tendo os senhores um soberano tão filósofo, idealista e bondoso”. Perceba-se que essa declaração foi feita por Theodore  Roosevelt, um futuro presidente da primeira República americana, ou seja, Dom Pedro II conseguia despertar a admiração até mesmo daqueles que não compartilhavam dos seus valores.


Um monarca estranhamente
constitucionalista e republicano...

O bairro de São Cristóvão, antes cheio de construções e palacetes de valor histórico inestimável, foi transformado num medonho distrito industrial. O aparato de Petrópolis foi parcialmente poupado, e foi o que melhor sobrou dessa experiência monárquica tão singular em toda a América.


A monarquia não exalou o fausto que tantos, comparando-a com outras, sentiam falta, julgando-a então como pobre e tola. Curiosamente, uma das primeiras medidas do Marechal Deodoro da Fonseca foi aumentar os venciementos do presidente da república (ou seja, o dele mesmo) para 120 contos de réis por mês, quase o dobro do que recebia toda a Família Imperial.



Embora não tenha qualquer afeição pelo retorno da monarquia nos dias de hoje, acho aquela do passado brasileiro muito funcional, cabível e sobretudo digna. O historiador Oliveira Vianna atribuiu a inevitável Proclamação da República " à medíocridade dos descendentes de Pedro II "





"Sentinela do Tesouro Nacional como prometera, o chefe do Executivo perjurou, iludiu a Nação, abrindo com mão sacrílega as arcas do erário público a uma política de suborno e corrupção. (...)Viva a Nação Brasileira! Viva a República! Viva a Constituição!"

Capital da República, 6 de setembro de 1893.
Contra-Almirante Custódio José de Melo



Revoltas, guerras, bombardeios na capital, sangue,
inflação e muitos gastos voando pela janela !


Após um curto período de mandato provisório, foi eleito presidente pelo congresso, depois já cansado e um tanto perdido, o  Marechal Deodoro renunciou à presidência e retirou-se do cenário político-militar. Começou então a pressão de militares e civis para por em prática o cumprimento da nova Constituição da República, a opinião pública começava a ficar ressabiada com os militares no comando do país. Houve também um temor de que Deodoro da Fonseca, já temendo as futuras instabilidades e a possibilidade de guerra civil, restaurasse a Monarquia. A República traria poderes às oligarquias pronvinciais, antes a presidência das províncias-estados era designada pelo imperador, não havia disputa pelos orçamentos e pelo poder de mando, com a República o cenário mudaria, a ditadura do Exército visava a manutenção do poder central, havia a possibilidade de movimentos de secessão de partes do imenso país. D. Pedro II unia, já o golpe militar incitava à desordem e à separação!

Foi-se o sangue azul e logo surgiram os sanguessugas menos
protocolares para iniciar a República do Brasil.


Foi sucedido pelo vice-presidente, o muito mais truculento e igualmente pouco preparado Marechal Floriano Peixoto, este também não desejava seguir a Constituição, a República tropeçava no militarismo e o golpe de Estado militar configurava-se mais e mais claramente. Após a monarquia veio a ditadura militar, só quando assumiu Prudente de Morais começou, de fato, o período republicano.


O encouraçado Aquidabã capitaneou outras belonaves durante a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, a beligerância foi devida ao descumprimento da nova Constituição Republicana por parte dos novos mandatários militares. Cumprir ordens de "casacas" não era o forte da tropa, como a República se transformou  em Estado de exceção e ditadura militar, alguns pensaram até que o Império poderia voltar .



A Marinha revoltou-se contra os procedimentos do governo "provisório mas permanente" e bombardeou os fortes do Rio durante a Revolta da Armada em 1891 e de novo em 1893. Floriano interveio no governo gaúcho e no Rio Grande do Sul, começou assim uma revolta meio que sem ideologia contra o despotismo, de novo houve confrontos militares, e o sangue que não correu na deposição da monarquia, correria então farto depois de alguns anos, a medida que ficava delineada a permanente quartelada militar. Nos parece que a Revolução Federalista nascida no Rio Grande do Sul era mais uma disputa entre grupos regionais pelo poder do que uma revolução propriamente dita, eram uma composição de monarquistas descontentes com a deposição e exílio de Pedro II, mesclados numa maioria de republicanos parlamentaristas inflamados contra o centralismo e uma multitude de curiosos e adesistas arruaceiros. 


 Floriano Peixoto solicita o auxílio militar de seu amigo pessoal o Cel. Gomes Carneiro, uma tropa de cerca de 800 homens daria combate a um número muito maior de revoltosos, cerca de 3 mil, que marchavam para tomar  o Paraná. Houve promessa de reforços imediatos vindos de SP e RJ, estes jamais chegariam, na cidade da Lapa travou-se então o confronto sangrento, na qual faleceu o General ( post mortem ) Gomes Carneiro e mais 700 soldados. A  tentativa eficiente de deter os revoltosos só iria ocorrer na fronteira com São Paulo com o PR. Há uma tendência atual de chamar este cenário histórico de Batalha do Paraná.


O Almirante Custódio de Melo e Gumercindo Saraiva unidos na Batalha do Paraná, dois navios vindos do Rio de Janeiro trariam guarnições navais revoltosas que tomaram Paranaguá e Curitiba dos legalistas. Quem pensar que não houve guerra pela República, engana-se !












Instalações militares foram bombardeadas pela Marinha, as forças navais sempre foram
 mais elitistas e alinhadas com a Monarquia, o golpe de Estado do Exército
 instalou uma ditadura militar que não agradou a muitos oficiais navais.

Horror para todo lado, desavenças entre os militares
 pelo poder, e saudades da paz da monarquia deposta.

Como a monarquia também foi parlamentarista por quase todo o seu longo período, parece que perceberam fortes nuances monárquicas e democráticas no levante que desencadearia a guerra civil. A Revolução Federalista matou entre 10-12 mil pessoas, foi feroz nos assassinatos, estupros, saques e execuções como nunca antes se havia registrado em território nacional. O levante na Marinha levou a parte da armada revoltada do Rio de Janeiro primeiro para Paranaguá, de onde tomaram Curitiba iniciando a tomada do Paraná, depois as forças navais rumaram para a capital de Santa Catarina, para assim juntar-se aos gaúchos federalistas, submetendo efetivamente esta província. O governo "provisório" foi buscar apoio norte-americano , adquirindo dessa potência estrangeira uma frota de navios de guerra - conhecida como frota de papel - para se contrapor aos revoltosos e aos incessantes descontentamento vindos da antiga "marinha imperial". Nesse momento de caos e discórdia entre os militares, em meio ao bombardeio do centro da capital, se acreditou na possibilidade de volta da monarquia. Floriano Peixoto foi o pulso forte a se contrapor ao caos que se seguiu à proclamação ! Poderiam ter feito a independência da Região Sul, talvez mesmo tentado uma união nacional com Uruguai. Contudo não se acreditava que pudessem derrubar o governo no Rio de Janeiro, todavia impressionava a movimentação militar e número de mortes, a terrorista prática da degola pelo revolucionários ficou realmente célebre. Antes da guerra civil, alguns chegaram a acreditar que Deodoro poderia restaurar a monarquia quando os treze generais do Exército pressionaram-no a seguir a nova constituição, Floriano simplesmente aposentou  ou transferiu  para bem longo os militares republicanos de oposição.



Despótico, determinado e truculento, o Mal. Floriano Peixoto venceu todas as resistências e resquícios imperiais ainda sobreviventes. Instituiu e sustentou um militarismo transitório que viria a manter a união nacional, a verdadeira República no Brasil surgiria apenas quando da eleição de Prudente de Morais, seu sucessor civil. Após debelar os gaúchos revoltados em marcha para São Paulo na Revolução Federalista, em 1893, o Mal. Floriano fez executar através de ordens , sumariamente e sem julgamento, o Barão do Serro Azul, então presidente provisório-tampão de Província do Paraná.

 O Barão do Serro Azul - 
o maior produtor de erva-mate do mundo.

Preso em 1894 por arrecadar e doar dinheiro para os revoltosos, além de não criar qualquer nova resistência  depois da sangrenta tomada da Lapa  e ainda prove-los de suprimentos e benesses; foi mandado de trem para Paranaguá, onde pensou ser embarcado para a capital do país. Na descida da serra, em meio à Mata Atlântica, numa parada inesperada, o barão e seus cinco auxiliares desembarcaram e enfrentaram então a revelação de um pelotão de fuzilamento improvisado.

 
 Rebelaram-se ao perceber a morte eminente, um jogou-se pela janela do trem e alvejado caiu num abismo, um outro dos acompanhantes agarrou-se ao trem, teve então seus braços quebrados a coronhadas para largar-se e um tiro na cabeça finalizou a cena.  O barão Idelfonso Correia recebeu um tiro na coxa que o deixou de joelhos, diante do fim inevitável, ofereceu sua fortuna aos encarregados de seu destino, mas não os demoveu da tarefa que tinham. Foi executado com um tiro fatal na testa, próximo ao olho, os cadáveres ficaram três dia abandonados na mata, joias e roupas foram roubadas, por falta de transporte, foram enterrados em caixões no próprio local. Mais tarde, por iniciativa da viúva, seus restos mortais foram transferidos para o Cemitério de Curitiba, onde remanescem.


A barbárie perpetradas pelo "negros degoladores" trazidos pelos gaúchos revoltosos criou pânico e fama, acostumados a sacrificar animais de pastoreio, passaram a sacrificar os prisioneiros de igual forma. De ambos os lados as revanches sangrentas se sucediam! Nada é tão ruim que não possa ficar bem pior, os militares golpistas que governavam o país não sabiam o que fazer com tanta confusão e mortes. Foi uma verdadeira guerra civil, muito mais que uma revolução ideológica, foi uma disputa de poder militarizada.



A degola gauchesca foi muito usada também
 em Canudos e depois no Cangaço.
Barbaridade Tchê !

Uma dura e sangrenta retomada da capital de Santa Catarina, então conhecida como Desterro, fez com que mais tarde mudassem o nome da cidade para Florianópolis, numa tentativa de apaziguar a ira do presidente da república. Foram mais de trezentos os executados por degola no massacre da ilha de Anhatomirim, até mesmo o irmão do presidente da província foi executado. A família imperial exilada na França teve esperanças de possível retorno e restauração devido à instabilidade da situação brasileira, os rio de sangue que corriam do conflito assustavam a população acostumada com o parlamentarismo, a liberdade de expressão e a imprensa livre tão característicos a monarquia



A fortaleza da Ilha de Anhatomirim em Santa Catarina deu nome a uma das
revanches.Para cessar o fúria do marechal, a linda cidade de Desterro
 ganhou um novo e medonho nome: Florianópolis.

Mausoléu do "Marechal de Ferro" no
Cemitério S. João Batista - RJ.


Testemunhos da época descrevem os dois príncipes irmãos Saxe-Coburgo como bastante imaturos e alienados politicamente, esse viés de sucessão, passando pelos netos, também não entusiasmava os poucos monarquistas mais racionais restantes em território nacional. De fato faltou alguém capaz de suceder o monarca ancião, mesmo no exílio nenhum dos descendentes se destacava como postulante ao retorno da monarquia. D. Isabel nem pensava em se aborrecer com isto, se a restauração monárquica viesse, seria sem a colaboração ativa direta dela. Mantiveram-se distantes da confusão militar, não havia recursos materiais para estruturar qualquer tentativa de influência ou retorno.


Ludwig foi o quarto neto de Pedro II,
filho da Princesa Leopoldina.


Um grande desconhecido !

O destino dos exilados começou a mostrar-se: Pedro Augusto morreria já idoso - 64 anos, solteiro e internado num sanatório; Augusto Leopoldo casou-se com uma arquiduquesa austríaca, deixando grande descendência. Ludwig, o irmão caçula, sem direitos à sucessão imperial brasileira, nasceu em solo austríaco, casou-se  em 1900 com a bela Matilde, filha do prestigiado e rico rei da Baviera - formavam um belo casal.

Este foi o melhor casamento dinástico obtido por um dos neto de Pedro II, os outros casaram-se com princesas secundárias de casas reinantes depostas ou de menor importância. A bela princesa da Baviera morreria precocemente de tuberculose no sexto ano de  casamento, ele casaria de novo com uma baronesa.


Um belo casal principesco, uma bonita imagem do
 que poderia ter sido uma sucessão imperial
 típica naqueles tempos.



 
O casal gerou dois filhos : Antonio ( 1901 ) e Imacullata ( 1904 ).




Foto do segundo casamento, um pouco mais velho
 ficou bem mais parecido com a mãe.


Baronesa Anna von Trauttmansdorff-Weinsberg ,
a segunda esposa de Ludwig e mãe de
 Josefine, nascida em 1911. 







Em 1896 falece o Duque de Nemours, o sogro de D. Isabel fechara os olhos, por coincidência, no mesmo apartamento de hotel onde morrera D. Pedro II. Deixava assim significativa herança para o filho mais velho, o Conde D'Eu, a partir desse fato o casal de condes aparenta ter conseguido a melhor condição financeira que poderiam ter  imaginado ao longo da vida pregressa, o Brasil vai ficando apenas nas memórias..

Exilada e reconhecida como Imperatriz "de jure" do Brasil, aristocrática até a raiz dos cabelos, D. Isabel mudou de expressão física e espiritual nessa última fase de sua vida, alienou-se da problemática republicana e brasileira. Cotidianamente tornou-se apenas a Condessa D'Eu - uma princesa francesa  orléanista, era o papel social que mais apreciava. Repeliu prontamente alguns estímulos para uma tentativa de restauração monárquica baseada em intrigas ou violência.


O Brasil permaneceu sempre no coração, mas bem longe de sua rotina de vida. Alugou o Palácio de Petrópolis, este já estava despido de seus interiores havia muito tempo, os móveis e obras de arte foram para o Castelo D'Eu. O antigo palácio da serra abrigaria duas instituições educacionais até a aquisição do prédio pelo governo fluminense e posterior fundação do Museu Imperial.



Os três príncipes, candidatos de berço a Pedro III,
tornaram-se adolescentes na França- foto de 1905.


O elegante Palacete em Boulogne-sur-Seine, residência de D. Isabel perto de Paris, onde a família passava o inverno e primavera. Foi inicialmente alugada e depois comprada com o dinheiro da venda das propriedades no Brasil, a família passou a dispor de um luxuoso conforto, muito superior ao que foi possível no passado brasileiro, eram agora verdadeiros príncipes franceses


D. Antonio - Totó - o filho mais novo.


Os Condes D'Eu, seus filhos, e a grande amiga Mariquinha Tosta,
a Baronesa de Muritiba. numa viagem à Holanda

A Baronesa de Muritiba, já com os cabelos brancos,
no Chateau D'Eu, visitando a amiga D. Isabel.


Os rapazes faziam a iniciação à carreira militar,
 atividade muito afeita à nobreza.




Na Europa, a princesa e toda a sua família mudariam para um novo endereço , o conde tinha no seu título o nome D'Eu - um vilarejo no litoral da Normandia - e nessa fase da vida conseguiu morar no famoso castelo de veraneio do avô, mais exatamente em 1905, após receber permissão da família para habitá-lo como herança do pai. Há que afirme ter sido literalmente comprado: "En 1905, le duc d’Orléans vend le château au prince Gaston d’Orléans, comte d’Eu, petit-fils de Luis-Philippe et époux de la princesse héritière du Brésil". A propriedade estava desvalorizada parcialmente, após um incêndio de boas proporções, ficando bastante avariada, demandando restauro.


Essa emblemática propriedade,s empre esteve muito ligada à memória da monarquia
orleanista e constitucional francesa - foi nela a histórica recepção e hospedagem
da Rainha Vitória da Grã-Bretanha. A família de D. Isabel passava o
verão e o outono nessa propriedade e o resto do ano em Paris.


Gaston tinha em mente gerar um novo status para o seu núcleo familiar, em comum acordo com seu primo, configurariam um ramo orleanista independente, pretendente ao trono da França, sem abrir mão dos direitos relativos à monarquia brasileira. D. Luís Gastão tratou de legitimar junto ao sorleanistas seus direitos à sucessão do trono francês, criando para si e seus descendentes o título de príncipe de Orléans e Bragança. Dessa forma, mantinha para seu varão primogênito a condição de príncipe, garantindo para os descendentes deste a possibilidade de se casarem com outros nobres sem o ser morganaticamente. O posterior casamento de sua neta com o pretendente ao trono francês iria coroar sua estratégia de assegurar o status dinástico de sua família. Persistindo no erro que já havia cometido na sua experiência brasileira, afrancesou o sotaque da sua família, que continua sem muita pujança financeira e cada vez mais dissonante da cultura brasileira, apostando mais na sua veia francesa.

"Os Príncipes de Orléans-Bragança descendem do filho mais velho de dona Isabel I do Brasil, e este título foi criado uma vez que seu primeiro detentor, o Príncipe Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, então Príncipe Imperial do Brasil, optou por realizar um casamento morganático com a boêmia Isabel Maria Adelaide Dobrezensky von Dobrezenicz, Baronesa de Kottulin und Krizischkowitz. Como a família da Isabel Maria possuía o simples título de Barões, Dona Isabel I do Brasil enviou um pedido ao Imperador da Áustria, que também era Rei da Boêmia (atual República Tcheca), pedindo que concedesse à família da moça o título de Condes. Apesar da concessão do título condal, os Dobrezensky von Dobrezenicz não tornaram-se uma família principesca, logo, o casamento de Pedro de Alcântara e a jovem Isabel Maria não era considerado igualitário. Desta maneira, Dom Pedro de Alcântara teve de renunciar a todos os seus títulos e posição dinástica como Príncipe do Brasil. O Conde d"Eu, pai de Dom Pedro de Alcântara, que era nascido Príncipe da França, para evitar que o filho perdesse a posição de príncipe, recorre a seu primo, então Chefe da Casa de Orléans, para que este concedesse a seu filho e a sua nora um título principesco. Após muitos debates e discussões, fora assinado um acordo familiar, pelo qual a Casa de Orléans, como pretendente ao Trono da França, criava o título de Príncipe e Princesa de Orléans-Bragança.Os Príncipes de Orléans-Bragança não são nobres brasileiros, e sim franceses, uma vez que este título não foi concedido por Dona Isabel I do Brasil, mas sim pelo Chefe da Casa de Orléans da França. Logo, os Príncipes de Orléans-Bragança não possuem o tratamento de Altezas Imperiais, mas apenas de Altezas Reais. "

Movimentos messiânicos em Pernambuco - Guerra de  Canudos - e no Paraná/Santa Catarina - Guerra do Contestado, têm como objetivo secundário a volta da Monarquia . A República perdeu 5 mil soldados e matou 20 mil camponeses em Canudos.





O título de Conde D'Eu foi uma deferência do avô-rei a Gaston, quando este ainda era criança, a honra espelhava a grandeza desse castelo. Foi a residência preferida do rei Luís Felipe D'Orléans, atualmente funciona no prédio um museu municipal destinado a guardar a memória desse soberano francês e ainda há vestígios materiais da família imperial brasileira por lá.


 
Já no início da sua terceira idade, a herdeira do extinto trono brasileiro viveu
no conforto e luxo do esperado padrão de uma princesa real francesa.
A situação se inverteu e o Conde D'Eu passou a fornecer à sua
família a pompa e a dignidade de nobres europeus, a fase de
esperar a morte de PII para reinar passou e foi mesmo bem
esquecida. Passaram a conviver com nobres europeus,
eram Orléans no Chateau D'Eu, a fase do casarão
 de Laranjeiras,  a modéstia do estilo PII,  a falta
 de aparato mais condigno, a criadagem de
 escravos negros  e os poucos recursos
 ficaram definitivamente  
para trás no tempo.


O castelo foi legado ao Duque de Nemours - pai do Conde D'Eu - por seu pai o rei Luís Felipe de França, foi confiscado por Luís Napoleão e restituído à família em 1872.  Em 1905, Gaston e Isabel adquiriram a propriedade que pertencia desde 1894 a Felipe, o então Duque de Orléans, além do castelo e arredores, o domínio D'Eu ainda contava com 320 hectares de parques, com vista para o mar nas localidades vizinhas de Mers e Tréport.



 
 
O local passou a ser um símbolo das monarquias depostas da França e do Brasil, os Orléans e Bragança passaram a evidenciar um estilo digno de nobreza, compatível com a origem de  seus antepassados dos dois lados do oceano.






Brasão Orléans e Bragança - Ramo Dinástico.



Encontrei este emblema de fachada, esculpido em granito, com os
brasões do casal D'Eu, deveria estar destinado a uma
das residências do casal, tristemente
 jogado no chão.


O  Chateau D'Eu - incendiado e restaurado.

Imagens de época da propriedade
após o restauro, tornou-se por
algumas décadas a sede do
finado Império do Brasil.
O imóvel pertenceu à família de D. Isabel até a década de 40, sofreu quando foi ocupado pelo exécito alemão na Segunda Guerra, foi adquirido por Assis Chateaubriant, posteriormente foi revendido à municipalidade D'Eu, para a instalação do museu temático, bem no início dos anos 60.




Acima o Príncipe Augusto Leopoldo de Saxe-Coburgo e Bragança usando a farda da marinha austríaca em 1903. Casado em 1894 com uma arquiduquesa Carolina Habsburg teve farta descendência, dando origem ao ramo dinástico brasileiro mais secundário, de mesmo sobrenome.


D. Carolina era filha da melhor amiga
 vienense da Princesa Leopoldina.


Arquiduquesa Carolina Maria de Áustria-Toscana com o
paramento de abadessa, antes de se casar.


Casariam em 1894 e teriam oito filhos.


Acima o portão da residência destes príncipes em Gerasdorf, perto de Viena, ostenta claramente o brasão da Monarquia Brasileira unido ao do Ducado de Toscana, relativo à família de D. Carolina; o palacete foi demolido e o belo portão preservado.




Brasão Saxe-Coburg Bragança - Ramo Dinástico.


Abaixo em foto de 1900, cercado da esposa
 e dos filhos, e em seguida outras fotos,
algumas em close e ótimas.

Devido a renúncia de Pedro, Príncipe do Grão-Pará,
alguns entendem que após o Ramo de Vassouras,
este segmento Saxe-Coburgo, seria o
próximo na pertinência dinástica
ao trono do Brasil.



 D. Augusto deu continuidade ao Ramo Dinástico
de Saxe Coburgo e Bragança.



Abaixo alguns dos filhos de
D. Augusto Leopoldo:

Rainer Maria - 1900


Philipp Josias - 1901



Ernst Franz - 1907


 Theresie Cristine - 1902




Filhas de D. Luís  Gastão- quarto
filho da Princesa Leopoldina :


Com Matilde da Baviera:
Marie Immaculata


Com Anna von Trauttmansdorff-Weinsberg:
 Josefine Maria

Estas são as  bisnetas menos
 conhecidas de Pedro II.




Dos filhos de D. Augusto Leopoldo, somente a penúltima, D.Teresa Cristina de Saxe 
Coburgo e Bragança, nascida em 1902, foi naturalizada brasileira, podendo
 assim dar continuidade a este ramo dinástico.



D. Teresa é genitora de D. Carlo Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, também brasileiro, barão de Bordonha e Valnigra e um grande historiador. Muito oportuna e generosamente ele expandiu a historiografia sobre a Princesa Leopoldina e sua família, através da publicação de memoráveis artigos acompanhados de parte de sua coleção de fotos e documentos.









No início do Séc XX, em 1907, como consequência da desapropriação dos bens da princesa, o Paço Isabel foi também alvo de uma reforma descaracterizante. O Paço Duque de Saxe foi alterado para pior e depois demolido, o austero palacete de Laranjeiras perdeu a simplicidade e a pureza de linhas, mas ganhou imponência, salvou-se por estar longe de São Cristóvão.




 Bem ao gosto da belle-époque e do ecletismo, ficou parecido com um imponente e rebuscado bolo-de-noiva, passando a chamar-se Palácio Guanabara - em função do nome da rua onde situava-se.



Visavam hospedar o rei Carlos I de Portugal , este visitaria o Rio de Janeiro por ocasião do centenário da chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro. Pouco antes da viagem marcada, em 1908, o rei e o príncipe herdeiro foram assassinados. Só em 1920 o palácio voltou a receber a nobreza, ao hospedar o rei Alberto I e a rainha Elisabeth da Bélgica. Em 1926, o Palácio Guanabara torna-se oficialmente a residência dos Presidentes da República. Depois da transferência da capital para Brasília, passou a ser a sede oficial do governo da Guanabara e depois do Estado do Rio de Janeiro.


Palácio Guanabara - recém inaugurado após a
reforma eclética do princípio do Séc.XX .



A reforma de 2011.




No final do ano de 2011, terminou-se uma vasta reforma de conservação, montando em R$ 19 milhões de custo. A construção foi alterada várias vezes desde sua construção em 1853, além de se encontrar despida dos interiores e móveis isabelinos, está sobrecarregada de vestígios do período republicano. A reforma não restaurou em nada os ares imperiais  mais antigos e menos rebuscados, mas sim o cenário da reforma eclética do início do Séc. XX; todavia os ladrilhos do piso são ainda do tempo de D. Isabel.

A Condessa D'Eu em atividade social na França,
o Brasil ficou distante e a vida continuou.


A sexagenária princesa observa D. Luís no triciclo.

Foi a partir da segunda década
do Séc. XX, surgiu a simpática
 figura da princesa- avó
 de muitos netos !



Para poder casar-se com uma nobre secundária e sem qualquer ligação com casas reinantes, a condessa tcheca Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz, o filho mais velho de D. Isabel, a pedido dela, renunciou aos seus direitos dinásticos relativos ao trono do Brasil.

Pedro de Alcântara não 
queria ser Perdro III.

 

Esses direitos foram então transpostos para D. Luís, o segundo filho, dito pelo pai como "um príncipe perfeito", este casou-se , seguindo a norma tradicional, com uma princesa ligada à casa real napolitana, também deposta, e a muito mais tempo.

O Castelo de Chotebor na atual República Tcheca - antiga residencia da família de Dobrzensky de Dobrzenicz, foi  frequentado pelo filho mais velho de D. Isabel.

Barão Johan von Dobrzensky of Dobrzenicz,
pai da nova Princesa do Brasil
 por casamento.

 Esta foto é mais linda de todas as aqui expostas,
o sorriso da velha princesa, vitoriosa diante
 das dificuldades que enfrentou na vida
vale ouro, ouro puro e brilhante.


A Redentora com um neto no colo mostra um sorriso de vitória diante das dificuldades que teve para engravidar e conceber! Deve ter sido uma realização pessoal muito intensa  para o Casal D'Eu, estarem cercados de tantos netos. Gaston chegou a ser considerado infértil, ou sexualmente incompetente, nos primeiros dez anos de casamento, devido a falta de herdeiros para o Império do Brasil.Os horríveis partos e abortos de D. Isabel , sua romaria pelos pelos mais famosos santuários católicos em busca de fé esperança para um dia ainda poder ouvir o choro de um filho seu, devem ter sido lembrados diante da alegria de contemplar tantos netos, e depois viriam os bisnetos que seriam ainda mais numerosos e também motivo de possível orgulho dinástico para a matriarca brasileira.

Foto das Bodas de Ouro da Princesa.

Madura e depois senil, durante 32 anos ficou exilada na França, D. Isabel teve por lá a melhor fase da sua vida, apenas sendo a mãe zelosa de sempre e a avó dos seus netos. Viveu como uma legítima princesa-real francesa. Todavia novos acontecimentos iriam entristecê-la !



D. Isabel e Santos-Dumont.



Quando surgiram as instabilidades republicanas iniciais, propuseram-lhe seguidamente ações para a restauração da monarquia, peremptoriamente recusou a derramar sangue em seu benefício.

Foi amiga e incentivadora de Santos Dumont, ele tentava fazer decolar seus inventos,
 mais tarde um acidente aéreo militar iria ceifar a vida de um dos seus filhos.


D. Antonio, o filho caçula, morreria num acidente aéreo militar em 1918 na Inglaterra,
durante um exercício militar em Edmonton , após Primeira Guerra Mundial.


Em 1920 , Luís, o  segundo filho também faleceria vítima de um reumatismo
 agressivo adquirido durante a primeira grande guerra, deixou viúva e três filhos.



D. Isabel no funeral de D. Luís - visivelmente enfraquecida, portanto dois dos
seus filhos precederam-na na morte, ficou vivo apenas o mais velho.


Acima uma portentosa imagem dessa histórica dama já idosa - ela sempre apreciou os vestidos de seda. Quando jovem encantou-se com as orquídeas, abolicionista usou as camélias como símbolo dos seus seguidores. No Brasil e na França a madura condessa cercava-se de rosas, provavelmente em função da profunda fé em Nossa Senhora. Mostrou-se sempre culturalmente aristocrática, dentro de uma simplicidade bem medida , herdou essas fórmula de ser da Condessa de Barral e do marido príncipe francês , seus pais nem de longe tinham a mesma tendência elegante, eram contudo digníssimos.


 Finalmente permitem que o corpo possa retornar e ser sepultado 
na terra que governou com galhardia por quase 50 anos

Wenceslau Braz revoga a Lei de Banimento.
Os esquifes finalmente poderia voltar à capital
do país, dia de conciliação seria esse
belo dia, o navio que os trouxe
navegou um oceano
 de justiça







Os despojos do casal de imperadores puderam retornar ao Brasil com o fim da lei de banimento em 3 de setembro de 1920, seus restos mortais chegam em janeiro de 1921. A foto acima mostra o féretro na saída da Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa. D. Isabel não pode retornar devido ao seu estado de saúde, Gaston e o resto da família fizeram cortejo aos esquifes e visitaram Petrópolis.





 Um feriado nacional foi decretado e o retorno do Imperador, agora como herói nacional, foi celebrado por todo o país. Milhares participaram da cerimônia principal no Rio de Janeiro. O historiador Pedro Calmon descreveu a cena como emocionante: 


 "Os velhos choravam. Muitos ajoelhavam-se.
 Todos batiam palmas. Não se distinguiam
 mais republicanos e monárquicos.
 Eram brasileiros" 



No Chateau d'Eu, na época destas fotos, a princesa já estava próxima do fim da vida, ela tinha problemas cardíacos como sua mãe também os teve, com as pernas e o pés inchados, sua locomoção tornou-se difícil .



Imperadora de jure.

Viva para sempre
nos compêndios de História.



Cortejo fúnebre de D. Isabel saindo do Chateau D'Eu,
ela faleceu de gripe em 14/11/1921, aos 75 anos.




O Conde D'Eu faleceu de mal súbito no navio Massilia em 28/08/1922, durante a travessia oceânica, ele vinha participar das comemorações do centenário da independência brasileira. Estava cercado pela família e foi velado por eles até a chegada no Brasil, o destino não desejou que ele retornasse vivo.






O herdeiro dos direitos ao trono repousa no
colo da histórica princesa, foi do casal
D' Eu esta escolha, desse desfecho.



Monumento à princesa na
 Av.Princesa Isabel em Copacabana.


Nas duas foto acima: na primeira vemos D. Luís , segundo filho e herdeiro ungido por D. Isabel, com o seu primogênito ainda criança. Na foto seguinte está a princesa com mesma criança no colo, já pouco mais crescida. Como seu filho e herdeiro precedeu-lhe na morte, foi seu neto, D. Pedro Henrique, que  sucedeu à D. Isabel nos direitos hipotéticos ao trono do Brasil.

 Na mesma sessão de fotos vemos a primeira neta Isabelle, 
 futura Condessa de Paris, com a avó. Certamente o
destino desta neta iria  encher de orgulho a
Família Imperial Brasileira.

Um casal apaixonado.


Abaixo a família do filho primogênito de D. Isabel - D. Pedro de Alcântara
 Orléans e Bragança , casado com Elizabeth Dobrzensky de Dobrzenicz:


Ainda crianças, da esq. para a dir. : João, Isabelle,Teresa,
Pedro atrás da mãe e Francisca ao seu lado.

Os mesmos, um pouco mais crescidos.




A família do Príncipe do Grão-Pará no Castelo D'Eu.




D. Pedro - o Príncipe do Grão-Pará - e sua elegantíssima esposa Elsie, tiveram um casamento feliz, seu caráter era tranquilo e sua abdicação aos direitos dinásticos foi considerada pelos historiadores como natural, faleceu em 1940, na mesma Petrópolis em que viveu sua infância. Com o Chateau D'Eu invadido durante a  Segunda-Guerra Mundial, resolveram que o valioso acervo histórico da família ,  conhecido hoje como Acervo do Grão-Pará, uma homenagem ao príncipe, ficaria mais seguro por aqui, foi então doado à guarda do governo brasileiro.

 O príncipe do Grão-Pará foi uma figura histórica discreta e simpática,
 era querido de todos, homem aristocrático e simples
 era muito parecido com sua mãe.


No mesmo sentido, já adultos: Teresa, Henri esposo de Isabelle, Isabelle, João, 
Francisca e Pedro. As crianças na frente dos avós são todas 
filhas de Henri e Isabelle - Condes de Paris.
D. Pedro Gastão ainda jovem
e acompanhado dos pais.



Abaixo a família do segundo filho - D. Luís de Orléans e Bragança ,
 casado com sua prima a Principessa delle Due Sicilie, Maria Pia di Borbone:


As crianças Pedro Henrique ( herdeiro dos direitos dinásticos ) ,
 Pia Maria ainda bebe com a avó e Luís Gastão com o avô.

Os três mais crescidos.

Da esq. para a dir, as crianças: o herdeiro Pedro Henrique, Luís Gastão
 e Pia Maria ao lado da mãe a Princesa Maria Pia.



D.Luís Gastão faleceria aos 20 anos .



Túmulo de Luís Gastão - um desconhecido.


D. Pedro Henrique, herdeiro e
sucessor de D. Isabel.






Casou-se com a princesa católica Maria,
 neta de Ludwig III - último rei bávaro.

"Todos os descendentes de Dona Isabel I possuem o título de Príncipes de Orléans-Bragança, porém os Bragança e Wittelsbach, que são a Casa Imperial do Brasil, apenas usam esse título de maneira subsidiária, uma vez que são os detentores do título de Príncipes do Brasil, que os do ramo de Petrópolis, Príncipes de Orléans-Bragança, não possuem. "

Acima cercado pela esposa D. Maria da Baviera
e sua grande família.

D. Rafael Antonio, Príncipe do Brasil
 e futuro herdeiro presuntivo do trono.





Com a criação do Museu Imperial 1943, o prédio foi adquirido pela União e a família imperial conservou apenas a posse do Palácio do Grão-Pará, antiga residência nos fundos do complexo principal.


Localizado no Largo do Imperador ,
 logo atrás do Museu Imperial.


O Paço do Grão-Pará foi concebido como um prédio de apoio, onde originalmente 
residiam empregados e visitantes ligados a residência de verão do imperador.


O Governador do Estado do Rio de Janeiro, Amaral Peixoto, repassaria o prédio principal e seus anexos imediatamente mais próximos para União, visando a posterior criação do Museu Imperial.Esta seria a instituição federal destinada a manter a memória e os bens materiais do Império Brasileiro, este finalmente deixaria de ser "mal visto" pela República.


Existem amplos jardins na parte posterior do prédio.


Com o fim do banimento a família imperial pode retornar do exílio em 1921, passando a viver também em Petropólis. Acima D. Pedro, neto da Princesa Isabel, e sua esposa a infanta espanhola D. Esperanza de Borbón, o casal viveu muitos anos no Grão-Pará.


Interiores.

Ao fundo do Palácio de Verão vemos o
 Paço do Grão-Pará na foto de 1865.

Acima vemos o prédio principal do museu, nos fundos uma praça moderna ocupa os antigos jardins, em seguida localiza-se o rosado prédio do Paço do Grão-Pará e o amplo jardim nos fundos da residência.





Cortejo dos netos durante o traslado dos restos mortais da
Princesa Isabel e do Conde D'Eu - Rio de Janeiro em 1953 .

Ficaram sepultados na Antiga Catedral da Sé no Rio, sendo levados
 posteriormente para a neo-gótica Catedral de Petrópolis em 1971,
 quando ficou pronta a cripta especialmente construída.

D. Pedro e D, Teresa, também Isabel e Gaston,  finalmente
voltam para o descanso eterno em Petrópolis.


Cripta da Família Imperial na Catedral de Petrópolis, descanso num local que
emana imenso respeito e dá boa dimensão a este período histórico.

Descansam tranquilos, não temem julgamentos,
serviram bem a Deus e ao Brasil.






A primeira neta de D. Isabel, Isabelle ( 1911-2003 ) , tornou-se, na opinião de muitos, como o Tzar da Bulgária, a mais bela princesa europeia do seu tempo. Abaixo imagens de várias fases da sua vida,  D. Isabel apreciaria muito tantos bisnetos.


No meio da década de 80, vi essa elegante senhora comprando orquídeas numa exposição no Rio, iria presentear o irmão em Petrópolis, o meu interesse pelo assunto aqui tratado surgiu a partir desse encontro. O belo contraste entre a orquídea, o vestido negro e os olhos azuis brilhantes dessa dama ficaram gravados na minha memória. Perguntei ao diretor da exposição : Quem era aquela senhora muito distinta? Ela comprou a orquídea mais bonita à venda. Respondeu-me:  É a Condessa de Paris, a neta da princesa Isabel. Certamente foi nesta ocasião que essa postagem começou a se desenvolver em minha mente !

Enlace em família !

  Surge um lenda viva do seu tempo:
Madame a Condessa de Paris.

 



 A Condessa de Paris teria sido a hipotética Rainha da França ,
 caso o país ainda fosse uma monarquia e caso a
Família Orléans  fosse percebida como
a legítima herdeira do trono.

Homenagem à icônica Condessa de Paris. D. Isabel seria imensamente feliz em ver  sua primeira neta nesta honrosa condição, e ainda  garbosamente cercada  de seus 11 filhos, todos príncipe
 franceses, na foto abaixo  aparecem todos estes bisnetos da Redentora.

   
 
Acima Isabelle sendo conduzida
  por seu neto Charles.

 
 Colagem artística retratando Madame a Condessa de Paris.  Glamourosa como
  poucas princesas conseguiram ser, estendeu ao cenário dinástico europeu o
 nome, o prestígio e a fama de sua dinástica família brasileira.




D. Francisca , irmã mais nova de D. Isabelle, tornou-se Duquesa de Bragança  por casamento, também  teria sido Rainha de Portugal " de jure"  ao casar-se com D. Duarte Nuno.
No colo de D. Francisca o seu filho mais velho: D. Duarte Pio , o atual Duque  de
 Bragança. Através dela o sangue dos Braganças dinásticos voltou  a irrigar
 o apartado e controverso ramo miguelista da família.

 Demovendo assim qualquer contestação sobre a legitimidade dos direitos
 de seu filho à pretensão ao trono português. Linda foto !

D. Duarte Pio - bisneto da Redentora -  sua esposa e filhos.





D. Pedro Gastão e a Infanta espanhola Esperanza de Bourbón e Duas Sicílias,
 tiveram um matrimônio duradouro  e com muitos filhos.


As Condessas de Paris, de Barcelona e a Infanta Esperanza,
 cunhada da primeira e irmã da segunda.





 
 
 
D. Esperanza,  tia do Rei da Espanha, assim sendo,
 conviveu bem mais de perto com
a realeza europeia.

Respeitável casal !


Coube à D. Esperanza herdar de sua família borbounica o Palácio  dos Órleans em Villa Mairinque de  La Condessa, na Espanha. Esta propriedade ficou sendo a sede europeia do Ramo de Petrópolis  da Família Imperial Brasileira. No lugar das palmeiras imperiais vemos lindas Washingtonias  robustas,dos desertos dos EUA, para a também semi-árida Espanha mediterrânica.


Uma construção aparentemente de mesmo padrão do Paço do Grão-Pará em Petrópolis,
 localizada num pequena e tradicionalíssima cidade espanhola, onde a devoção
 católica à Virgem Maria é muito forte e vibrante na fé popular.



D. Esperanza , o marido e o filho Manoel, ao lado de sua irmã  mais velha
a Condessa de Barcelona, mãe do Rei Juan Carlo da Espanha,
na  segunda foto a notória condessa então já
 se  locomovendo em cadeira de rodas.


 
Acima D. Pedro Gastão, depois de viúvo, passou a frequentar
   cerimônias fazendo par com sua irmã Teresa.

O ataúde de D. Pedro Gastão segue do Palácio dos Orléans
para o cemitério em Villamairinque.


 Um detalhe interessante e pouco conhecido: a descendência
 da princesa Isabel  chegou até o trono da Sérvia.


 
D. Maria da Glória, filha de D. Pedro Gastão e D. Esperanza, casou-se 
com o pretendente ao trono da Sérvia, parte da antiga Iugoslávia, 
o Príncipe Alexander Karađorđević, com quem teve três filhos.

D. Esperanza e a filha, que no segundo casamento em 1988,
após o divórcio do príncipe sérvio, tornou-se, devido a este
 novo casamento, a Duquesa de Segorbe.

 
D. Maria da Glória e Philip, seu segundo
 filho e irmão gêmeo do terceiro.




 À esquerda, o príncipe hereditário Peter, ao lado do sacerdote, os gêmeos Alexander e Philip. Os tataranetos sérvios seriam muito queridos do mais ilustre dos brasileiro, Pedro II que chorou o falecimento dos dois filhos varões, adoraria ver estes rapazes, descendentes de tão boas famílias, pretendentes a um trono europeu tão tradicional e importante.

Peter está na frente da sucessão na Sérvia; dos dois gêmeos não-idênticos,  o príncipe Alexander claramente exibe o biotipo tcheco do Ramo de Petrópolis dos Orléans e Bragança.


A Duquesa e suas duas filhas do segundo casamento.



 
D. João Maria casou-se com a ex-princesa
egípcia Fatima Scherida Chirin.


Recentemente, num grande momento de sua existência,  D. Joãozinho permitiu a publicação inédita de uma  parte da coleção particular de  fotos da  Princesa  Isabel. Aumentando assim as informações  e as possibilidades de  percepção  da vida privada de sua histórica família.

 D. Joãozinho é filho deste
  simpático casal.



JustificarNonagenária, D. Teresa - a derradeira neta viva de D. Isabel - caçula dos filhos do
 Príncipe Pedro de Alcântara, faleceu durante a Semana Santa de 2011.

Ainda jovem e acompanhada da mãe,
 com quem se parece bem.

 Com a irmã mais velha Francisca, a futura Duquesa de Bragança,
 ainda nos familiares jardins do Grão-Pará, em Petrópolis.

Casou-se com empresário de família
  tradicional e muito bem sucedido.

 
Quatro irmãos, príncipes reais franceses
 e netos da princesa Isabel.
 Acima com o irmão mais velho.

Sem as fotos da família este resumo ilustrado não seria possível!
 Com o seu  desaparecimento encerra-se um ciclo histórico
 e também esta postagem.


 
Busquei prioritariamente mostrar os personagens históricos em imagens  e também seus aspectos menos conhecidos e mais humanos, as residências e o  ambiente familiar, além do lado pessoal. Nada tenho contra estas pessoas aqui retratadas e comentadas, elas apenas deram  sequência a uma história que começou com D. Pedro II. Não cometeram  barbaridades ou gastos descabidos, não cercearam a imprensa; tal como eu, viveram o que lhes foi possível viver. A postagem visa ser apenas um resumo, uma resenha, especialmente composta para quem gosta de História do Brasil, olhem com atenção a bela coleção de imagens.  Pesquisar , compilar e escrever este post foi uma das atividades mais prazerosas que pude viver. Tive muita dificuldade para entender o curso dos acontecimentos, de toda essa história,  foi preciso empenho; ofereço então, gentilmente, o resumo ao seus olhos.

"Não importa quem nasceu primeiro,
 o importante é quem continua
no foco da História."

3 comentários:

  1. que maravilha ver nossa historia assim tao viva. parabens!

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  2. Muito bom, muito bem disposto e ilustrado...

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  3. Maravilhosas informações, grande parte delas desconhecidas por todos nós, brasileiros. Tenho especial respeito e admiração pela nossa família real. Tive o prazer de conhecer D. Pedro Gaston, neto da princesa Isabel, quando residia em Petrópolis, Sempre procurei me informas sobre os descendentes de D. Pedro II tanto o ramo de Petrópolis, quanto o de Vassouras e o de Paraty. Tem um valor imenso este seu trabalho pelo qual dou meus parabéns.

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